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Juros futuros curtos recuam antes de IPCA-15 e relatório de inflação

15/09/2017 16h53

Os juros futuros de curto prazo voltaram a cair nesta sexta-feira. Aos poucos, os investidores retiram o prêmio embutido nos patamares das taxas que englobam o atual ciclo de afrouxamento monetário. A percepção é que a Selic pode se aproximar de 7% até o começo do ano que vem. A manutenção da taxa básica neste nível ao longo de 2018, entretanto, ainda é motivo de debate.


O que está mais claro para muitos agentes financeiros é que o prêmio pode estar elevado em relação às estimativas de mercado, abrindo espaço para ajustes. De olho nisso, a diferença entre o DI janeiro de 2019 e o DI janeiro de 2018 - que reflete a percepção de risco ao longo do ano que vem - ficou ainda mais negativo, a -8 pontos base, cerca de 2,5 pontos abaixo do valor de fechamento de ontem, indicando a percepção de que o caminho da Selic é para baixo.


Na próxima semana, as apostas para a política monetária devem ganhar novos elementos. Na quinta-feira, serão conhecidos o IPCA-15 de setembro e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Os números de preços correntes têm sido alguns dos principais motivos de projeções cada vez mais baixas para a Selic. A expectativa no BNP Paribas é que essa tendência continue e o banco projeta desaceleração do índice para 0,14% ante alta de 0,35% no dado anterior.


Já o RTI deve trazer as estimativas de inflação do Banco Central para períodos mais longos. Com isso, será possível avaliar como está a percepção dos dirigentes sobre os níveis de juros discutidos por analistas. O diretor de Política Econômica da autarquia, Carlos Viana, afirmou a economistas que o documento trará projeções para o IPCA até 2020. No último documento, de junho, o colegiado do BC apresentou estimativas do mercado contidas no Focus para o IPCA até 2020. Mas os prognósticos do próprio Comitê de Política Monetária (Copom) iam apenas até o período de quatro trimestres encerrado no segundo trimestre de 2019.


A sustentação da Selic em níveis baixos deve depender da evolução da reforma da Previdência. Hoje, o mercado não considera que essa reforma acontecerá antes de 2019. Por isso, caso haja algum avanço nesse sentido, mesmo que numa versão bem reduzida da proposta, os juros longos poderão cair.


No fim da sessão regular, às 16h, DI janeiro/2018 caía a 7,600% (7,610% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 recuava a 7,520% (7,540% no ajuste anterior). O DI janeiro/2021 operava a 8,960% (8,930% no ajuste anterior), enquanto o dólar comercial subia 0,17%, a R$ 3,1197.