Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Ibovespa fica perto do zero a zero, com leve alta de 0,09%

02/10/2017 17h52

O Ibovespa operou nesta segunda-feira pressionado por duas forças antagônicas: a onda compradora, que ainda se ancora nas expectativas positivas para a economia doméstica, e a que traz cautela aos compradores, diante do quadro político que ainda gera incertezas. O resultado dessa disputa deixou o índice perto do zero a zero: teve leve alta de 0,09%, aos 74.360 pontos, depois de atingir durante uma mínima intradia de 73.845 pontos. O volume negociado foi de R$ 5,3 bilhões.


Operadores afirmam que a tendência para o índice ainda é positiva, mas, com a aproximação das eleições de 2018 e aspectos políticos ainda a resolver ? a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), o embate entre Legislativo e Judiciário e a reforma da Previdência ?, parte do mercado procura manter a cautela, reforçando ajustes de posição.


"Em dólar, a bolsa ainda tem espaço para subir bastante, mas, além do imbróglio político, as pesquisas eleitorais começaram e devem ser cada vez mais importantes daqui para frente", afirma Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset.


Pesquisa Datafolha publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo" no domingo deu sinais mistos ao mercado. Se, de um lado, a maioria dos brasileiros quer a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de outro o petista ainda desponta como liderança na corrida presidencial. Para o mercado, trata-se de uma sinalização negativa, que poderia ameaçar a agenda de reformas econômicas.


Entre os destaques do dia, as ações da Eletrobras tomaram força durante a segunda etapa do pregão, com as ONs subindo 3,95%, a R$ 20,54, enquanto as PNBs avançaram 4,32%, a R$ 23,67. Depois de desempenho mais forte ao longo do dia, a Vale ON, segundo maior volume negociado no Ibovespa (R$ 431 milhões), encerrou com leve alta de 0,09%, a R$ 31,90.


No caso de Petrobras, as ações chegaram a acompanhar as fortes baixas registradas pelo petróleo no dia, mas encerraram no campo positivo. As operações de pré-pagamento de dívidas, renegociação e novas contratações de financiamento ajudam a compor a visão favorável. A PN da petrolífera, maior giro financeiro do Ibovespa (R$ 451 milhões), subiu 0,65%, a R$ 15,40; a ON fechou em alta de 0,57%, a R$ 15,90.


Na ponta negativa, destaque para a Ambev. Terceiro maior volume financeiro negociado entre os papéis do Ibovespa (R$ 364 milhões), a ON da empresa recuou 1,62%, a R$ 20,70.


Operadores destacam que, além da saída de estrangeiros do papel, a entrada da companhia no programa de regularização tributária do governo gera uma leitura mista. Embora do ponto de vista fiscal a renegociação de débitos seja positiva, o possível impacto disso sobre o balanço leva parte dos investidores a preferir deixar o ativo e evitar o risco.


Spyer, da Mirae Asset, pondera que a expectativa dos investidores quanto ao cenário internacional continua relevante nesse momento. "Tivemos um anúncio sobre possível mudança no comando do Fed [banco central dos EUA]. Trump sondou Jerome Powell, que é visto como um cara mais 'hawkish' [que pende para a elevação de juros]", diz. A elevação de juros americanos tem força para causar um enxugamento da liquidez internacional.