Dólar tem quinta queda consecutiva e fecha a R$ 3,1323
O dólar cravou a quinta baixa consecutiva frente ao real nesta quarta-feira (4), chegando a tocar uma mínima intradia em duas semanas. O movimento local teve influência importante do exterior, onde a demanda por ativos de risco beneficiou uma série de moedas emergentes. Mas o aspecto local voltou a dar o tom, em meio à crescente expectativa de entrada de capital com o reforço da janela de captações externas.
A taxa de câmbio vem respondendo à maior expectativa de fluxo de capital desde o fim de setembro. Desde 28 do mês passado até hoje, o real acumula ganho de 1,96% frente ao dólar, melhor desempenho numa lista de dez moedas emergentes. Nas duas semanas anteriores, a divisa brasileira havia caído mais de 3%, quarto pior resultado da lista.
Analistas voltaram a citar a emissão feita ontem pelo Tesouro Nacional no mercado externo como um sinal claro do forte apetite do investidor estrangeiro pelos ativos locais. A colocação de bônus para 2028 alcançou US$ 3 bilhões, mas a demanda chegou a US$ 4,3 bilhões. Com isso, o spread médio em relação aos Treasuries de prazo equivalente ficou em 235 pontos-base, o menor desde que o Brasil perdeu o grau de investimento, há mais de dois anos.
A operação da República reforça a ida de companhias ao mercado externo. A Braskem emitiu, hoje, um total de US$ 1,75 bilhão distribuídos entre papéis de cinco e dez anos. A Aegea Saneamento fechou captação de US$ 400 milhões no mercado de capitais.
E há mais por vir. O Banco do Brasil pretende levantar pelo menos US$ 750 milhões em papéis de sete ou dez anos. Na semana passada, Petrobras captou US$ 2 bilhões e trocou mais US$ 6,768 bilhões de cinco bônus em circulação por novos papéis, para 2025 e 2028.
Dólar a R$ 3
A ampla expectativa de ingresso de capital em meio a um cenário político, por ora, sem solavancos e a farta liquidez externa dá ao BNP Paribas conforto para manter estimativa de queda do dólar a R$ 3 até o fim do ano. Nesta semana, o BofA revisou a R$ 3,15 sua previsão para a taxa de câmbio ao término deste ano (de R$ 3,35 antes) e passou a ver o dólar a R$ 3,30 ao fim de 2018 (R$ 3,60 no cenário anterior).
"Não descarto que o dólar chegue aos R$ 3 no curto prazo", diz Joaquim Kokudai, da JPP Capital. Bruno Foresti, gerente de câmbio do Banco Ourinvest, não chega a prever que o dólar testará os R$ 3, mas reconhece que a probabilidade maior é de o real se apreciar mais do que operar em patamares próximos de R$ 3,20 por dólar.
No fechamento desta quarta-feira, o dólar comercial caiu 0,45%, a R$ 3,1323. A quinta queda consecutiva representa a mais longa série de baixas desde os sete dias consecutivos de desvalorização ocorridos entre 30 de agosto e 8 de setembro.Na mínima, a cotação foi a R$ 3,1224, menor patamar desde 20 de setembro (R$ 3,1146).
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