Ex-presidente da Caixa nega pressão de Mantega para dar dinheiro à JBS
Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, a ex-presidente da Caixa Maria Fernanda Coelho disse desconhecer a atuação de lobistas e afirmou que não houve interferência do ex-ministro Guido Mantega, da Fazenda, para a liberação de créditos ao grupo controlado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista.
Questionada sobre empréstimos de R$ 1 bilhão para capital de giro logo depois da eleição de 2010, ela afirmou que a liberação seguiu trâmites normais.
Maria Fernanda informou que durante seus cinco anos à frente do banco, entre março de 2006 e março de 2011, o banco concedeu três empréstimos à JBS. O primeiro deles, em novembro de 2009, totalizou R$ 250 milhões. Os dois últimos ocorreram em dezembro de 2010 e janeiro de 2011, somando R$ 500 milhões cada um. Ela foi interpelada a respeito dessas operações pelo deputado Delegado Francischini (SD-PR).
"Em outubro 2010, tivemos uma eleição presidencial. E, no prazo de um mês, houve a liberação de R$ 1 bilhão de empréstimos de capital de giro para a JBS. Talvez os maiores empréstimos de capital de giro que a Caixa fez", disse ele. "Nesse período de seis meses após eleição, quais outras empresas tiveram algo próximo de R$ 1 bilhão de capital de giro?"
Maria Fernanda disse não saber responder à questão, que poderia ser esclarecida com um pedido de informações à Caixa."Tenho certeza de que vossa Excelência pode solicitar essas informações à Caixa e será atendido", disse. "Ao longo do meu mandato, fizemos várias operações de valores significativos, valores inclusive superiores a esse."
Sobre pressões para liberar empréstimos à JBS, ela afirmou: "Não houve qualquer demanda ou quaisquer contatos da parte [do Ministério] da Fazenda. A operação [de crédito] seguiu seu trâmite normal."
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