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Ibovespa toca 77 mil pontos, mas volta a ceder com realização de lucro

16/10/2017 19h43

Dividido entre a presença da força compradora no mercado brasileiro e um exterior positivo, de um lado, e a pressão por realização de lucros depois de renovar máximas históricas, de outro, o Ibovespa fechou hoje próximo da estabilidade, em leve queda de 0,13%, aos 76.892 pontos. Na máxima intradia, o índice chegou a atingir os 77.382 pontos.


Na ponta positiva, o índice encontrou suporte no movimento da Vale, que hoje subiu 1,34%, a R$ 33,35, e atingiu relevante volume de R$ 1,2 bilhão, diante de um movimento de alta recente de commodities que tem amparado os negócios com o papel.


Entre as maiores altas, ênfase também na alta das units do Santander, que se aproveitaram da melhora no preço-alvo do Credit Suisse hoje para o setor bancário e a escolha do banco espanhol como preferência entre os demais concorrentes. Os papéis do banco subiram 3,95%, a R$ 31,05.


"Ele [Santander] tem um ROE [retorno sobre patrimônio] menor ante os pares, mas o mercado não conseguiu capturar uma melhora que o banco obteve nos últimos anos, saindo de um patamar de rentabilidade de 11% a 12% para 15% em 2017. As units estavam atrasadas", afirma o analista João Augusto Salles, da Lopes Filho & Associados. "Os gigantes privados, como Itaú, têm rentabilidade girando em torno de 18% a 20%. É fato que o Santander não deve chegar a esse nível, mas caminha pra melhoria de ROE."


Na ponta negativa, porém, diversos ativos acabaram voltando ao campo negativo, com investidores aproveitando para trocar de posições. É o caso das ações de varejo, como Lojas Americanas, que, segundo analistas, continuam abrindo espaço para quedas diante da expansão da Amazon no Brasil. Como já acumulam altas no ano, a notícia ajuda que acionistas prefiram se desfazer desses papéis no momento.


"O movimento que temos visto em bolsa é uma resistência forte em dólar, que o impede de valorizar. Nessa região dos 77 mil pontos, o índice não está com força suficiente para continuar subindo e depende do avanço, mesmo que a conta-gotas, da reforma da Previdência", diz Rafael Gonzalez, sócio da Platinum Investimentos.


Segundo um analista de um grande banco, que pediu para não ser identificado, o recuo dos papéis das varejistas é natural diante da entrada de um novo concorrente que conta com "recursos quase infinitos". Mesmo assim, isso não representa uma mudança nas expectativas de crescimento para as varejistas de uma maneira geral, que continuam amparadas pela tese de recuperação de economia via consumo.


"Pode ser inclusive positiva [a expansão da Amazon no Brasil] por estimular o consumo de e-commerce. No México, a entrada da Amazon ajudou esse movimento", diz o analista.