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Dyogo: Paulo Rabello deve continuar à frente do BNDES

18/10/2017 15h38

O ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, disse nesta quarta-feira (18) que o governo não planeja demitir o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. "Ele não está sendo demitido do BNDES. Nós estamos muito satisfeitos com ele. Temos tido uma boa relação com o BNDES", disse Dyogo,durante debate com ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.


Dyogo ressaltou ainda que a solução para o BNDES é buscar recursos em mercado, por meio de projetos estruturados. Questionado sobre a devolução dos recursos ao Tesouro, Dyogo disse que nada será feito que comprometa a capacidade do BNDESde operar.


O ministro não quis dizer quando o governo planeja enviar ao Congresso Nacional as medidas para adequação do orçamento de 2018.


Caixa


Segundo Dyogo, se houver alguma discussão de compra de ativos da Caixa pelo BNDES, o banco de fomento não vai adquirir ativos ruins.


"Se ele [BNDES] fizer alguma coisa, será com ativos bons. Não sei se eles estão entre si discutindo esse tipo de operação, mas posso assegurar que isso será feito com ativos de boa qualidade", afirmou.


Dyogo disse não saber se há alguma discussão sobre transformar a Caixa Econômica Federal em sociedade anônima. "Eu não estou discutindo isso. O governo é muito grande, não posso falar por outras áreas, a Caixa na verdade é ligada ao Ministério da Fazenda e eu não sei dizer nada disso", afirmou.


Previdência


De acordo com o ministro do Planejamento, se a a análise da reforma da Previdência pelo Congresso Nacional ficar para 2018, ela não terá chance de aprovação. Para ele, a votação deve ocorrer ainda este ano e há uma "janela" para que isso ocorra após a análise da denúncia contra Temer.


"O espaço político é pequeno, mas o governo está disposto a enfrentar isso na reta final deste ano", afirmou Dyogo.


De acordo com ele, a reforma da Previdência é necessária para manter a saúde financeira do Estado. "Estado quebrado não é ambiente para crescimento econômico. Sem equilíbrio fiscal, não há modelo [econômico] que dê certo", disse o ministro.


Ele fez os comentários em resposta a um questionamento do ministro do TCU José Múcio. Ex-parlamentar, Múcio afirmou que o último ano de mandato é muito complicado para aprovar qualquer mudança considerada impopular. Quis saber, com isso, se o governo ainda tinha esperança em aprovar a Previdência.


Dyogo lembrou que Michel Temer não tem pretensões de reeleição e irá se concentrar nas reformas que o país precisa. O ministro também afirmou que quem é contra a reforma da Previdência "é contra todo o resto que o governo faz".


Produtividade


Dyogo Oliveira criticou o baixo rendimento do serviço público no Brasil. De acordo com ele, apesar do avanço tecnológico dos últimos anos, o país aumentou expressivamente o número de servidores, o que revela uma queda de produtividade.


O ministro defendeu a criação de incentivos para que os servidores continuem produtivos ao longo da carreira. Segundo ele, após atingir o teto remuneratório do serviço público, muitos caem de produção.


O governo irá apresentar ao Congresso Nacional uma proposta de ampliação dos níveis da carreira pública, a fim de incentivar os servidores a galgar posições maiores, disse.


"Com o teto [dos gastos públicos], teremos que repensar como a gente faz as coisas. Não estamos produtivos, essa é a verdade", afirmou o ministro.