Investimentos na economia caem no acumulado do ano, informa Ipea
O bom desempenho da produção de bens de capital em agosto não foi suficiente para colocar os investimentos em uma trajetória de recuperação no país, de acordo com o indicador mensal de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira (19).
O indicador, que mede a taxa de investimentos na economia, ficou praticamente estável em agosto, ao apresentar ligeira queda de 0,1% na comparação ao mês imediatamente anterior, pela série com ajuste sazonal. O índice acumula agora queda de 3,9% no ano até agosto e baixa de 4,8% em 12 meses.
Quando comparado ao mesmo mês do ano passado, porém, os investimentos cresceram 0,8%. Foi a primeira alta nessa base de comparação após 13 leituras de queda. Foi ainda a segunda vez que o indicador apresentou alta interanual nos últimos 42 meses. A outra ocorreu em junho do ano passado (0,1%).
"O crescimento ao longo dos meses foi suficiente para finalmente levar os investimentos para um nível maior que o do mesmo período do ano passado. Mesmo com desempenho ruim da construção civil", disse José Ronaldo de Castro Souza Junior, diretor de macroeconomia do Ipea.
Desempenho
De acordo o Ipea, o consumo aparente de máquinas e equipamentos cresceu 1,8% em agosto frente a julho deste ano, compensando a queda de 1,8% do mês anterior. O consumo aparente é calculado pela produção doméstica, acrescida das importações e descontadas as exportações.
Na passagem de julho para agosto, o destaque foi a produção doméstica de bens de capital, em alta de 1,4%. O comércio exterior, por sua vez, apresentou fraco desempenho: as importações desses bens recuaram 1,2% em agosto, enquanto a exportação desses bens apresentou uma queda de 1,1% nessa base de comparação.
Apesar do crescimento do consumo aparente, a construção civil ? que também compõe a FBCF ? apresentou queda de 2,3% em agosto, na comparação com o mês anterior. O resultado interrompe uma sequência de duas variações positivas do setor por essa série com ajuste sazonal, informou o Ipea.
Quando comparada aos seus respectivos desempenhos em agosto do ano passado, a construção registra expressiva queda de 4,5%, ao mesmo tempo em que o consumo aparente avança 11%.
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