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Dólar tem maior alta em 4 meses com fatores técnicos e exterior

23/10/2017 18h43

Um forte movimento de compra de dólares dominou o mercado de câmbio brasileiro nesta segunda-feira, com a moeda testando novas máximas no fim da tarde e rompendo uma série de resistências técnicas.


No fechamento, o dólar comercial subiu 1,29%, a R$ 3,2298. É a maior valorização diária desde 20 de junho (1,32%), enquanto o patamar de encerramento é o mais alto desde 11 de julho (R$ 3,2524). No intradia, a cotação bateu R$ 3,2383, pico também desde meados de julho.


A força global do dólar já vinha pesando sobre o real desde a abertura. Mas as compras ganharam força no fim da tarde, período em que tradicionalmente a liquidez no mercado primário de câmbio mingua. Com isso, a moeda teve espaço para testar máximas, que foram rompidas e provocaram uma série de ordens automáticas de compras ("stop loss", no jardão do mercado).


Um dos tetos superados foi a taxa de R$ 3,2165, que representa o "meio do caminho" entre a máxima de R$ 3,3384 do dia 23 de junho e a mínima de R$ 3,0945 do último dia 8 de setembro. O ponto de 50% é uma das marcas da chamada retração de Fibonacci, indicador técnico que estabelece patamares para um preço do ativo que se deixados para trás podem significar mudança de tendência.


Pela retração de Fibonacci, a próxima resistência importante é R$ 3,2452 - que representa 61,8% do caminho entre a mínima e máxima já citadas.


As médias móveis - outro indicador técnico bastante acompanhado pelo mercado - também foram superadas de forma consistente. A média de 100 dias, por exemplo, era de R$ 3,1924, enquanto na máxima de hoje o dólar foi a R$ 3,2383.


"O mercado está comprado em real, mas o cenário agora é de dólar forte no mundo e aqui por enquanto reforma ainda é um assunto distante. Uma hora esse 'stop' viria", diz o profissional de uma gestora.


Outro profissional de uma corretora bastante ativa em câmbio endossa: "É uma onda de 'stop' que acontece porque o dólar está forte no mundo todo e aqui a euforia dos fluxos está nos preços já", diz, acrescentando que agora não parece haver catalisador novo para o real se valorizar.


Lá fora, o dólar subia 1,33% ante a lira turca, 0,59% frente ao peso mexicano e 0,58% comparado ao rand sul-africano.


O índice DXY - que mede a variação do dólar frente a uma cesta de moedas fortes - tinha alta de 0,18%, nas máximas em duas semanas.