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Importação de produtos químicos sobe 16,5% em setembro, aponta Abiquim

23/10/2017 12h58

As importações brasileiras de produtos químicos seguem em ritmo ascendente neste ano, de acordo com o Relatório Estatístico de Comércio Exterior (Rece) da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Em setembro, o país importou US$ 3,7 bilhões de químicos, 16,5% acima do registrado um ano antes e 2,8% superior ao verificado em agosto.


Conforme a entidade, intermediários para fertilizantes continuam como os produtos químicos mais importados, com US$ 576 milhões no mês passado.


As exportações da indústria, por sua vez, totalizaram US$ 1,2 bilhão em setembro, com crescimento de 3,7% na comparação com agosto e de 26,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.


Diante disso, no acumulado do ano até setembro, as importações de produtos químicos somaram US$ 27,9 bilhões, alta de 7,9%, enquanto as exportações ficaram em US$ 10,1 bilhões, com expansão de 13%.


Em volume, foram importadas 32,9 milhões de toneladas de químicos entre janeiro e setembro, o maior já registrado para esse período. As compras externas se concentraram em produtos para o agronegócio, cujas importações de mais de 23 milhões de toneladas representam mais que 70% do volume total importado.


O déficit na balança comercial do setor chegou a US$ 17,8 bilhões, com aumento de 5,2%. Em 12 meses até setembro, o saldo negativo foi de US$ 22,9 bilhões, com incremento de 4% em relação a 2016, quando foram registrados US$ 22 bilhões.


Em nota, o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, afirma que "os números da balança comercial em produtos químicos refletem a ausência de novos investimentos em decorrência dos elevados custos dos insumos essenciais para o desenvolvimento do setor". "É dramático e lamentável que o Brasil continue desperdiçando excelentes oportunidades de investimentos, a despeito de todo o potencial de consumo interno e até mesmo regional", afirma o executivo, referindo-se ao Mercosul.


Segundo Figueiredo, a crescente dependência externa por insumos estratégicos "é incompatível com a necessidade de se agregar valor local às matérias-primas minerais e ao petróleo e gás nacionais para que se gerem empregos e renda de qualidade no Brasil ao mesmo tempo em que se garante a competitividade para diversos setores industriais".