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Intenção de consumo deve seguir em trajetória de alta, aponta CNC

24/10/2017 14h06

O consumidor deve manter intenção de compras em alta nos próximos meses, com perspectiva de continuidade de um cenário favorável, com juros baixos, inflação em baixa e discreta melhora no mercado de trabalho. A avaliação é da economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Marianne Hanson. Ela fez a observação ao comentar o indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), anunciado nesta terça-feira, que subiu 1,4% entre setembro e outubro, para 77,9 pontos, com aumento de 5,4% na comparação com o antepenúltimo mês de 2016.


Com a perspectiva do consumo em alta, a confederação reiterou hoje revisão de projeção de 2,2% para 2,8% para aumento no volume de vendas do comércio varejista ampliado em 2017. O varejo ampliado, que agrega o comércio de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, mostrou em 2016 queda de 8,7%, a pior da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


"Os itens relacionados a perspectivas de consumo, no indicador, apresentaram recuperação forte em outubro", acrescentou Marianne. Dos sete tópicos usados para o cálculo, seis apresentaram altas na comparação com setembro. É o caso emprego atual (0,9%); renda atual (1,5%); compra a prazo (1,3%); nível de consumo atual (0,7%); perspectiva de consumo (5,4%) e momento para duráveis ( 2,3%). A única queda nesta comparação foi observada em perspectiva profissional (-0,9%).


Na comparação com outubro de 2016, perspectiva profissional também foi o único item a apresentar recuo (-5,7%). Os outros tópicos tiveram melhora, na mesma comparação. É o caso dos aumentos em emprego atual (1,7%); renda atual (1,6%); compra a prazo (7,4%); nível de consumo atual (14,8%); perspectiva de consumo (16,7%) e momento para duráveis (16,7%).


Ao falar sobre a continuidade de piora nos indicadores de perspectiva profissional na pesquisa, Marianne explicou que, mesmo com sinais de melhora no mercado de trabalho, ainda é muito grande o patamar de desempregados no país. Ela comentou que, no universo de 18 mil consumidores pesquisados para o ICF de outubro, 16,3% afirmaram estar fora do mercado de trabalho no mês. "Foi menos intenso do que o do mês anterior, de 17%, e igual ao de outubro do ano passado; mas ainda assim, é um patamar muito elevado", comentou.


A especialista comentou que os itens relacionados ao consumo foram os que apresentaram maior queda nos períodos mais agudos da atual crise econômica, e agora mostram trajetória de retomada consistente. No entanto, o mesmo não pode ser dito de tópicos relacionados ao trabalho. "Creio que itens ligados a emprego e renda têm apresentado melhora mais tímida", admitiu.