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Juros futuros recuam à espera da decisão do Copom

25/10/2017 18h01

Investidores decidiram intensificar operações no mercado de juros futuros nesta quarta-feira, a poucas horas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica, o que levou o volume de negócios ao maior patamar em quase três semanas.


De forma geral, as taxas operaram em queda, conforme o dólar deu uma trégua na firme trajetória de alta dos últimos quatro pregões. Houve maior pressão compradora de taxa no começo da tarde, quando foram divulgadas notícias sobre o presidente Miche Temer (PMDB) ter passado mal e a Câmara dos Deputados ter suspenso sessão para analisar denúncia contra o presidente da República. O movimento, contudo, perdeu fôlego logo depois.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 tinha taxa de 7,254% ao ano (7,275% no ajuste anterior). O DI janeiro/2019 caía a 7,250% (7,270% no último ajuste). O DI janeiro/2021 recuava a 8,900% (8,950% no ajuste de ontem). E o DI janeiro/2023 tinha queda para 9,600% (9,640% no ajuste anterior).


Quase 1,5 milhão de contratos de DI já foram negociados nesta quarta-feira. Mantido esse ritmo, o pregão deverá ser o mais movimentado desde 6 de outubro, quando 1.782.780 ativos trocaram de mãos.


As apostas dos investidores embutiam no fim desta tarde exatamente corte de 0,75 ponto percentual da Selic, atualmente em 8,25% ao ano. Para dezembro, os contratos de DI projetam redução de 0,47 ponto.


Essas precificações estão em linha com a mediana das estimativas de economistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus. A dúvida se volta para a decisão de fevereiro. As apostas embute 36% de probabilidade de queda residual do juro básico na primeira reunião de 2018. Há quem veja taxa de 6,50% em fevereiro do ano que vem.


A dúvida sobre quando será o fim do ciclo de afrouxamento monetário tem intensificado o debate sobre a sinalização a ser emitida pelo Copom não só nesta quarta-feira, mas, principalmente, na decisão de dezembro. "Acredito que o Copom vai manter a linguagem de redução moderada do ritmo de cortes e encerramento gradual do ciclo", diz o gestor de renda fixa da Absolute Investimentos, Renato Botto. As expressões "redução moderada" na magnitude do corte dos juros e "encerramento gradual" do ciclo foram utilizadas pelo colegiado do BC no comunicado de setembro.


A percepção é que, ao manter esses termos, o Copom endossaria a expectativa de corte de 0,50 ponto em dezembro, deixando para esse mês uma comunicação mais clara a respeito do fim do ciclo.


Para o UBS, o balanço de riscos já inspira mais cautela. O banco cita pressões de custos de trabalho ao mesmo tempo em que a recuperação econômica se mostra mais clara. E lembra ainda que a meta de inflação para o longo prazo é 4%, e não 4,5%. "O próximo ano também provavelmente trará um número de riscos políticos que podem desafiar o BC", diz Tony Volpon, economista-chefe do UBS no Brasil e ex-diretor do Banco Central.