Juros futuros têm forte alta e o maior volume de negócios desde maio
Os juros futuros dispararam na BM&F nesta quinta-feira, levando o mercado a reviver, ainda que em menor magnitude, os solavancos da crise política provocada pelos áudios da JBS, cinco meses atrás. O volume de negócios saltou ao maior patamar desde o fim de maio, período de forte ajuste de posições por causa da "crise Joesley".
O noticiário de Brasília voltou a não dar argumentos para otimismo. O mercado demonstra incerteza sobre a sinalização dada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o "timing" do fim do ciclo de queda dos juros. E a margem a favor de Michel Temer (PMDB) em votação da denúncia contre ele na Câmara dos Deputados resultou mais apertada, alimentando receios de que a reforma da Previdência possa demorar ainda mais para ser aprovada e, ainda assim, num formato muito mais enxuto que o desejado.
Os ruídos gerados pelas incertezas políticas também pegaram um mercado "com técnico ruim", no jardão de operadores, em meio a um movimento descrito como fechamento de posições em juros em prol do mercado de ações. Nesse contexto, o lote de 13 milhões de títulos prefixados ofertados pelo Tesouro Nacional serviu para gerar ainda mais estresse nos preços.
Um total de 4,5 milhões de NTN-F foi colocado pelo Tesouro, maior volume para esse papel em vários meses. Profissionais de mesa de renda fixa dizem que o tamanho dos lotes surpreendeu. A elevada oferta deu margem para o mercado puxar as taxas ainda mais para cima pela manhã, movimento intensificado pela busca por "hedge" no DI após o leilão. "O Tesouro estragou o mercado hoje", resume um profissional, acrescentando haver não de hoje mais questionamento sobre a estratégia do Tesouro de elevar as ofertas de prefixados.
O estrategista de um banco estrangeiro chama a atenção também para a intensificação do movimento recente de saída de investimentos em renda fixa para o mercado de ações. A retomada da economia sugere que o cenário para a Bovespa continuará benigno, enquanto a dúvida adicionada pelo Copom sobre o fim do ciclo de queda dos juros reduz o apelo de posições vendidas em taxa de juros.
Outro gestor alerta para a visível piora de sentimento no mercado internacional, que nos últimos dias vem sendo provocada pela combinação entre mais expectativa de aumento de juros nos EUA e um fluxo negativo de notícias para alguns emergentes. Nesta quinta-feira, os mercados de África do Sul e Turquia voltam a sofrer. E o dólar disparar de novo no mundo todo, impulsionado pela elevação dos "yields" (retorno ao investidor) dos Treasuries - títulos do Tesouro americano - e pelo esfriamento de apostas de redução de estímulos na zona do euro.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2023 saltava a 9,810% ao ano (9,590% no ajuste anterior). O DI janeiro/2021 tinha alta para 9,130% (8,900% no ajuste de ontem). O DI janeiro/2020 avançava a 8,410% (8,190% no ajuste anterior). E o DI janeiro/2019 subia a 7,360% (7,240% no último ajuste).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.