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Balanços e petróleo direcionam oscilação do Ibovespa nesta 6ª

27/10/2017 14h53

O Ibovespa oscilou durante a manhã ao sabor da nova leva de balanços e do movimento do petróleo no exterior, que deu novo gás às ações da Petrobras. Mas o saldo das notícias não foi suficiente para afastar o índice de níveis próximos ao fechamento de ontem.


Às 13h40, o Ibovespa subia 0,58% para 76.339 pontos. Na mínima, caiu a 75.601 pontos e, na máxima, tocou 76.617 pontos.


Investidores acompanham a evolução do leilão do pré-sal, que chegou a ser suspenso na noite de ontem (26). A liminar que impedia a operação foi cassada. A segunda rodada do pré-sal já terminou, com uma arrecadação de R$ 3,3 bilhões para a União em bônus de assinatura.


Mas é a divulgação de resultados o elemento que mais interfere nos preços hoje. Estácio ON é a maior queda neste momento (-6,14%). O movimento reflete principalmente realização de lucros, após a forte valorização do papel causada pela entrada do fundo Advent na companhia. A Estácio teve um lucro de R$ 149,3 milhões, 10% superior a igual período do ano passado.


Também Embraer se destaca na ponta negativa (-3,74%), após apresentar lucro líquido de R$ 351 milhões e uma perda de 15,64% na receita líquida, para R$ 4,144 bilhões.


Já Usiminas teve lucro líquido de R$ 76,9 milhões, mas o Ebitda decepcionou, ao ficar em R$ 444,1 milhões. A alção caía 2,66%.


Lojas Renner, por sua vez, ainda reagem ao balanço divulgado na quarta-feira e, no horário, perdia 3,08%. Completando o time das maiores quedas estava CSN (-3,04%).


Do lado das altas, o grande destaque de alta é RaiaDrogasil (4,13%). O lucro líquido da empresa foi 17,5% maior, de R$ 136 milhões.


Outro papel de empresa estatal que chama a atenção hoje é Eletrobras (2,17%). Depois de dias seguidas em alta, a ação passou por um movimento de realização de lucros e chegou a cair mais de 3%, o que levou o papel a leilão. Mas voltou a se recuperar.


No exterior, o Produto Interno Bruto (PIB) americano manteve ritmo de crescimento robusto no terceiro trimestre, a uma taxa anual de 3%, de acordo com leitura preliminar sobre o PIB do período divulgada hoje pelo Departamento do Comércio. Economistas ouvidos por "The Wall Street Journal" previam expansão a uma taxa anual de 2,7% no período entre julho e setembro.


Câmbio


Depois de subir até o nível de R$ 3,30 no começo do dia, o dólar voltou a cair no início da tarde desta sexta-feira. O alívio se apoia em especulações de que o novo presidente do Federal Reserve (Fed) terá um perfil favorável a um aperto monetário mais lento nos Estados Unidos.


O presidente Donald Trump estaria mais inclinado a escolher Jerome Powell para o cargo, de acordo com agências de notícias internacionais. Caso isso se confirme, a percepção é de que seria mantido o gradualismo na atuação da instituição. Powell já é dirigente do Fed e, dentre os candidatos, seria o mais próximo da atual presidente Janet Yellen.


Os agentes financeiros encontram nessa informação motivo para corrigir parte da sequência recente de altas. Os ativos de emergentes vêm sendo pressionados pela perspectiva de uma redução de liquidez global mais rápida que a esperada. Isso, inclusive, teria sido um dos motivos pela alta recente do dólar e dos juros globais.


No Brasil, também teria contribuído para uma correção da recente alta do dólar a informação de que foi cassada a liminar que suspendia o leilão do pré-sal. Hoje, a oferta de blocos de petróleo ocorre de forma normalizada e, de acordo com operadores, pode alimentar a expectativa de entrada de recursos no país.


"O mercado vinha muito esticado e alguma correção já era esperada", disse o operador de câmbio em uma corretora paulista. "A queda foi acentuada com a notícia de que cancelaram a liminar que suspendia o leilão de pré-sal e ajudou porque gera expectativa de entrada de fluxo", acrescenta.


Por volta das 13h48, o dólar comercial caía 0,48%, a R$ 3,2677. Na mínima, a divisa tocou o valor de R$ 3,2638.O contrato futuro para novembro, por sua vez, caía 0,71%, a R$ 3,2690.


Juros


Os juros futuros voltam a operar em queda firme no início da tarde desta sexta-feira, após forte pressão de alta no exterior, potencializada por questões técnicas. Numa sessão de instabilidade, o alívio nas taxas tem como pano de fundo as especulações sobre o futuro comandante do Federal Reserve.


Os ativos de emergentes vêm sendo pressionados pela perspectiva de uma redução de liquidez global mais rápida que a esperada. Isso, inclusive, teria sido um dos motivos pela alta recente do dólar e dos juros, acionando no Brasil as ordens automáticas de compras ("stop loss"). Esse foi o movimento que prevaleceu ao longo da sessão de ontem e se estendeu para os primeiros negócios do dia.


"O mercado ainda está tenso e busca um equilíbrio, mas o movimento é bastante técnico", diz o trader Matheus Gallina, da Quantitas. A escolha de Powell para a presidência do Fed, se confirmada, pode ajudar a tirar parte do prêmio embutido na curva de juros. No entanto, deve demorar algum tempo até o mercado voltar aos patamares anteriores, tendo em vista que havia até então uma ampla "sobreposição de vendas" de taxas, afirma.


Também teria contribuído para esse ajustea informação de que foi cassada a liminar que suspendia o leilão do pré-sal.


Por volta das 13h50, o DI janeiro/2021 cai a 9,100% (9,130% no ajuste anterior), depois de tocar a máxima de 9,290% no começo do dia. Entre vencimentos mais longos, o DI janeiro/2023 cai a 9,800% (9,820% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 recua a 10,090% (10,120% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2018 era negociado a 7,232% (7,235% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 a 7,310% (7,360% no ajuste anterior).