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Usiminas diz que exportação deve reforçar venda de aço no 4º trimestre

27/10/2017 14h38

Apesar de enxergar uma queda nas vendas, que é tradicional no quarto trimestre, a Usiminas acredita que o volume total provavelmente ficará estável em relação ao período imediatamente anterior. Isso porque a companhia pretende elevar suas exportações durante o período, revelou Sérgio Leite, presidente da siderúrgica.


"Os preços dessas vendas ao exterior não são os de hoje [após uma queda no mercado internacional], foram negociados há cerca de dois meses. São negócios já fechados", comentou o executivo.


Em Cubatão (SP), unidade que não funciona mais com as áreas primárias, a empresa acredita que vai laminar cerca de 140 mil toneladas de placas por mês. Durante boa parte do ano, o processamento desse material girou entre 100 mil toneladas ? o ponto de equilíbrio da fábrica ? e 120 mil toneladas. Em abril, o alto-forno 1 será religado e deve demandar aproximadamente 20% a mais de placas.


Leite ainda comentou, durante teleconferência com analistas e investidores, que os custos de produtos de vendidos devem ficar estáveis no último trimestre, em comparação ao imediatamente anterior. Enquanto as placas encareceram, aumentando relativamente o custo de Cubatão, em Ipatinga (MG) é aguardado um enxugamento desses gastos.


Preço do aço


A alta no preço realizado na venda de aço da Usiminas durante o terceiro trimestre foi de apenas 1%, em relação ao período imediatamente anterior, apesar de uma série de aumentos anunciados entre julho e setembro. Segundo Leite, boa parte do efeito vai aparecer no próximo resultado.


O executivo-chefe da siderúrgica mineira disse que no quarto trimestre é aguardado avanço de aproximadamente 2% no preço médio, em relação aos três meses até setembro. Além disso, ele afirmou que o patamar de 1% de incremento no terceiro trimestre já era esperado.


Leite ainda revelou que dos reajustes anunciados nos últimos meses, o previsto para o início de outubro não foi implantado. Isso porque na época da divulgação do aumento o preço do aço chinês estava alto demais, em relação ao brasileiro ? mas caiu logo depois.


"Neste exato momento, a diferença está em cerca de 10% [da bobina a quente nacional para a estrangeira], o que é um nível de equilíbrio, por isso abandonamos o reajuste", disse.


Além disso, o presidente da Usiminas lembrou que segue negociando os contratos de fornecimento do ano que vem com o setor automotivo. Ele confirmou que o pedido de aumento do preço às montadoras foi de 25%.


Dívida


Depois de focar na rentabilidade e geração de resultados para diminuir a alavancagem, a Usiminas quer, a partir de agora, reduzir sua dívida para acelerar esse processo. Segundo Leite, entre dezembro e janeiro serão amortizados R$ 900 milhões em dívidas.


O compromisso inicial da siderúrgica mineira, quando negociou um alongamento com os credores e acessou novo capital com os sócios, era iniciar esses pagamentos apenas em setembro de 2019. "Decidimos trabalhar na amortização mais cedo", declarou o executivo-chefe.


Na apresentação do resultado referente ao terceiro trimestre, Leite ressaltou que, considerando o acumulado de 12 meses, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), a empresa já atingiu R$ 1,97 bilhão ? valor semelhante ao apresentado em 2013 e 2014, quando se iniciou a crise da siderúrgica.


"A Usiminas volta, neste momento, ao patamar que estava antes da crise que sofreu", comentou. "A deterioração dos resultados foi contínua, a partir do fim de 2014, e nos levou quase a pedir recuperação judicial, ou até mesmo decretar a falência."


Segundo o executivo, os principais esforços internamente estão destinados à melhora da gestão, para controlar gastos e aumentar as margens. "Ficamos três anos sem discutir planejamento estratégico, pelo motivo que todos conhecem, mas agora vamos preparar a estratégia até 2022", acrescentou. O objetivo, afirmou, é "reposicionar a Usiminas como referência no negócio do aço" no Brasil e no mundo.