Dólar retoma alta com exterior, mas em menor intensidade
O dólar voltou a subir frente ao real nesta terça-feira, amparado tanto pelo ambiente externo, que novamente se voltou contra moedas emergentes, quanto pelo aumento do desconforto no campo político-econômico doméstico.
No fechamento, o dólar negociado no mercado interbancário subiu 0,50%, a R$ 3,2750. A moeda oscilou entre R$ 3,2881 e R$ 3,2545 ao longo do pregão.
No exterior, uma cesta de moedas emergentes renovava uma mínima em oito meses, sob o peso do rublo russo e da lira turca.
Investidores voltam a justificar o movimento negativo no câmbio emergente a partir de uma realização de lucros após a boa performance dessas divisas ao longo do ano. De fato, várias das divisas com pior desempenho desde o começo de setembro - quando teve início o declínio das moedas emergentes - são justamente as que tiveram melhor desempenho no ano até aquele período. A exceção fica com a lira turca e o rand sul-africano, que perdem mais do que haviam ganhado antes. Essas duas moedas são justamente as que mais têm sentido pressão idiossincrática nas últimas semanas.
Embolso de lucros
Variação* de moedas nos referidos períodos
Fonte: Valor PRO.
Observações: *Frente ao dólar americano.
O quadro externo voltou a pressionar hoje, mas desta vez o noticiário político local - que já vinha carecendo de boas notícias - preocupou investidores.
A expressão que tem circulado nas mesas de operação é que o presidente Michel Temer teria "jogado a toalha" em relação à reforma da Previdência. O comentário vem a partir da fala do presidente ontem, o qual admitiu que a PEC da reforma pode não ser votada em seu governo, que vai até o fim de 2018.
O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, se apressou para dizer nesta terça-feira que o presidente Temer "não jogou a toalha" da reforma da Previdência. Na visão dele, Temer disse que vai tentar passar essa reforma, mas deixou claro que ela depende do Congresso Nacional, o que é normal em uma democracia. O secretário disse ainda que a incerteza em torno da reforma previdenciária está tendo impacto nas taxas de juros futuras no mercado para 2020. Para ele, dado o cenário de inflação baixa, essas taxas deveriam ser menores.
Para um gestor, o mercado já não mostrava consenso sobre a aprovação da reforma até 2018, mas o comentário de Temer deixa a sensação de que o esforço de negociação poderá ser menor ou de que o governo vê perda de apoio no Congresso maior do que a estimada pelo mercado.
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