Abiquim prevê alta de déficit comercial no ano após sequência de baixa
A indústria química brasileira deve encerrar o ano com déficit comercial de US$ 23,2 bilhões, com alta de 5,5%. Esse resultado reverte uma sequência de quedas consecutivas do saldo negativo iniciada em 2014, quando o déficit estava em US$ 31,2 bilhões ? no ano passado, ficou em US$ 22 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Conforme a entidade, as importações de produtos químicos devem chegar a US$ 36,8 bilhões no acumulado deste ano, com crescimento de 7,6%, e as exportações, a US$ 13,6 bilhões, com aumento de 11,7%.
Em volume, a Abiquim prevê a movimentação de 43,2 milhões de toneladas importadas e de 16,5 milhões de toneladas exportadas, com crescimento de 15,2% e 0,8%, respectivamente.
De janeiro a outubro, as importações de produtos químicos somaram US$ 30,9 bilhões, com alta de 8,2%, e as exportações cresceram 13,3%, a US$ 11,3 bilhões. Com isso, no acumulado do ano, o déficit na balança comercial ficou em US$ 19,6 bilhões, 5,5% superior ao registrado no mesmo intervalo de 2016.
Intermediários para fertilizantes seguem como o principal item da pauta de importações químicas, com 16,9% do total em valor e 60,2% do volume. De janeiro a outubro, as compras externas desses produtos cresceram 23,9%, a US$ 5,2 bilhões.
Em nota, a diretora de assuntos de comércio exterior da Abiquim, Denise Naranjo, diz que esses resultados mostram que a "tímida recuperação econômica" do país não está se traduzindo em ganhos de competitividade para a indústria química.
"A retomada das compras internas, fato que deveria ser motivo de comemoração, é hoje um dos principais vetores de preocupação setorial. Ao mesmo tempo em que estamos confiantes de que o próximo ano deverá ser marcado pela melhora geral do quadro macroeconômico nacional, em linha com os vários prognósticos econômicos para 2018, preocupa ser crescente a apropriação do aumento das quantidades vendidas pelo produto importado", afirma.
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