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Efeito Maia volta a gerar volatilidade no Ibovespa; dólar recua

11/12/2017 14h50

A recente volatilidade provocada pelo noticiário político, em especial pelas declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mostrou-se bastante explícita na sessão desta segunda-feira. Depois de uma abertura positiva, diante de sinais mais favoráveis de parlamentares à reforma, o Ibovespa passou a cair, diante de declarações de Maia, entendidas inicialmente como menos otimistas em relação à possibilidade de votação do projeto. Na sequência, a melhor compreensão do contexto dessas declarações abriu espaço para a recuperação da bolsa. E, às 13h47, o índice mostrava ganho de 0,48%, aos 73.081 pontos.


O que esse episódio revela é o nível de ansiedade do mercado sobre o tema. E o quanto qualquer declaração de integrantes do governo é capaz, hoje, de influenciar os preços.


Maia afirmou, em entrevista a jornalistas, que o esforço do governo para levar o projeto à votação na semana que vem prossegue. "Trabalho muito para que a gente encerre [a votação] este ano, esse é meu trabalho, meu empenho", disse. Admitiu que esse desafio "não é fácil", mas ressaltou que, por outro lado, há alguns meses parecia impossível acreditar que, em dezembro e chegando perto da eleição presidencial o tema estaria sendo discutido como agora.


Num primeiro momento, parte dos investidores entendeu que Maia estaria fazendo um discurso de menos otimismo sobre o espaço para se votar o projeto. Ideia que foi corrigida na sequência, à medida que a íntegra da fala de Maia foi sendo conhecida. "Num primeiro momento, pareceu uma ducha de água fria logo após o mercado melhorar com o noticiário do fim de semana. Mas logo isso foi esclarecido e o mercado voltou a melhorar", explica um profissional.


O mercado reagiu logo no começo do dia à demonstração de apoio do PSDB à reforma da Previdência e à determinação do PPS de que seus parlamentares votem a favor da reforma que, na visão dos agentes, elevou a chance de o governo conseguir aprovar, em primeiro turno, o projeto no dia 18.


Ações de empresas estatais, que têm reagido diretamente ao debate sobre a viabilidade da reforma da Previdência, refletem essa melhora de humor. Petrobras PN subia 0,85% e Petrobras ON ganhava 1,20%. Já Eletrobras ON avançava 0,70% e Eletrobras PNB operava estável. Já Banco do Brasil tinha valorização de 1,78%.


Outro papel que chama a atenção nesta manhã é Magazine Luiza, que passará a integrar o índice em janeiro. A ação sobe 0,93% e está entre as ações mais negociadas até o momento (R$ 118 milhões). Uma das razões para a força do papel é a adequação de fundos passivos, que precisam replicar o desempenho do Ibovespa e, por isso, precisam ter ações da varejista em carteira.


Dólar


A desconfiança com o avanço da reforma da Previdência ainda pressiona o câmbio. O dólar opera em baixa desde o começo do dia, mas já afastado das mínimas da sessão.


O vaivém dos ativos locais denota, mais uma vez, a sensibilidade ao noticiário político. Mesmo com alguns discursos mais favoráveis à proposta durante o fim de semana, o sinal positivo foi colocado à prova durante discurso de Maia.


Às 13h47, o dólar comercial caía 0,18%, a R$ 3,2890. Mesmo com queda menor do dólar, o câmbio brasileiro estava entre os dez melhores desempenhos do dia.


O contrato futuro para janeiro, por sua vez, recuava 0,08%, a R$ 3,2965.


Juros


O comportamento dos juros futuros nesta segunda-feira evidencia, mais uma vez, a falta de confiança no mercado quando se trata de reforma da Previdência. Mesmo com alguns discursos mais favoráveis à proposta durante o fim de semana, o sinal positivo dos ativos - que perdurava desde cedo - foi colocado à prova durante discurso de Rodrigo Maia.


Os juros futuros voltavam a recuar. O DI janeiro/2019 cai a 6,990% (7,010% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2020 cede a 8,270% (8,290% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2021 cai a 9,200% (9,240% no ajuste anterior) enquanto o dólar comercial cai 0,15%, a R$ 3,2900.