Juros e dólar caem após definição de data de julgamento de Lula
O dólar e os juros futuros operam nesta quarta-feira em queda, embora ainda se mantenham em níveis elevados. O principal catalisador do movimento vem da definição da data para o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que eleva as chances de torná-lo inelegível para a disputa presidencial de 2018.
"A decisão (sobre a data) não é uma boa notícia para o desejo de Lula de concorrer à Presidência em 2018", diz a Eurasia. O caso do ex-presidente será julgado em 24 de janeiro. A consultoria política aponta que é difícil prever se o petista poderá ser candidato no próximo ano, mas o julgamento reforça a visão de que ele provavelmente se tornará inelegível antes do dia da eleição, em 7 de outubro.
A informação abre espaço para o alívio para os ativos, uma vez que o petista é apontado por agentes financeiros como um dos principais riscos à atual direção da política econômica. Cresce assim a percepção de riscos menores de que os cenários eleitorais de 2018 levem a um quadro de ausência de novas reformas econômicas de 2019 em diante.
Na mínima, o dólar caiu até R$ 3,2910, interrompendo, por ora, a sequência de quatro sessões seguidas de alta.
A descompressão se estende para os juros futuros.Os níveis dos ativos, entretanto, seguem elevados em meio às incertezas em torno da reforma da Previdência. O núcleo do governo já admite abertamente votar a reforma só em 2018.
Às 10h52 o dólar comercial recuava 0,46%, para R$ 3,3126.
O contrato futuro para janeiro, por sua vez, operava em alta, de 0,12%, a R$ 3,3155. Devido ao fechamento mais a tarde que as negociações no balcão, o ativo conseguiu captar melhor a reação inicial na sessão de ontem à notícia do julgamento de Lula.
Nos juros futuros, o DI janeiro/2021 cedia a 9,260% (9,320% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2023 declinava a 10,180% (10,250% no ajuste anterior).
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