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Ibovespa se recupera com ajuda externa; dólar fica abaixo de R$ 3.30

18/12/2017 14h39

Baseada no ambiente externo mais favorável e em algumas notícias sobre companhias estatais, a Bovespa tem um dia de recuperação moderada. O índice sobe no começo da tarde num movimento alinhando às bolsas americanas, que exibem sinal firmemente positivo.


Às 13h30, o Ibovespa subia 1% aos 73.334 pontos. Na máxima do dia, foi aos 73.266 pontos e, na mínima, aos 72.621 pontos.


No exterior, a expectativa de aprovação dos cortes de impostos nos Estados Unidos injeta ânimo aos negócios.


Internamente, uma boa notícia foi o crescimento de 0,29% em outubro do IBC-Br, proxy do PIB mensal calculada pelo Banco Central. O resultado superou as expectativas dos analistas ouvidos pelo Valor, que oscilavam entre -0,40% e 0,20%. E, dessa forma, contribuiu para dar impulso a ações de consumo.


Às 13h30, Natura ON ganhava 2,94%, enquanto Lojas Americanas avançava 1,11%, Lojas Renner subia 1,12%, Pão de Açúcar subia 0,23% e BR Malls avançava 2,42%.


Mas quem está sustentando os ganhos do índice, com maior giro de negócios, são Vale e Petrobras. A ação ordinária da mineradora subia há pouco 1,73%, com o maior volume de negócios da bolsa, de R$ 323 milhões, seguindo os ganhos do minério de ferro, de 3,7%.


As ações da Eletrobras também foram destaque e chegaram a mostrar a maior alta do índice em alguns momentos, reagindo à informação de que a empresa fará um Plano Incentivo ao Desligamento (PID), com a estimativa de reduzir custos de pessoal em R$ 890,4 milhões no ano que vem, se houver adesão de 3.017 empregados. O custo para desligamento será de R$ 965 milhões. A Eletrobras informou também que planeja investir R$ 19,75 bilhões de 2018 a 2022, segundo o plano diretor da empresa.


Petrobras, que se beneficia dos ganhos do petróleo e de uma série de notícias positivas da empresa, subia 1,87% (PN) e 1,93% (ON). A empresa informou que encaminhará à B3 pedido forma para solicitar a adesão ao segmento especial de listagem Nível 2 de Governança Corporativa, movimento que deve reforçar as condições de transparência na gestão e nas demonstrações contábeis da empresa. "Não é um evento que transforme a empresa, mas é um sinal positivo", comenta um gestor.


Além disso a empresa informou que contratou plataforma do grupo Modec para o Campo de Mero, na área noroeste do bloco de Libra, com o início da produção previsto para 2021.


Vale observar que os ganhos dos papéis com maior liquidez na bolsa, como Vale, Petrobras e bancos, reflete também uma correção de posições após um período de redução de exposição por parte dos investidores. Mas ainda não é possível dizer que haja uma aposta firme nos ganhos desse mercado, uma vez que a expectativa pela reforma da Previdência e eleição ainda limitam o apetite dos investidores.


Dólar


Com ambiente externo favorável a emergentes, o dólar estende a queda na sessão desta segunda-feira. A moeda opera em baixa desde a abertura e caminha para fechar abaixo de R$ 3,30 pela primeira vez em uma semana.


Na mínima, a divisa americana caiu até R$ 3,2791, valor que não era atingido desde a sessão de 11 de dezembro, quando marcou R$ 3,2740. O nível de fechamento há uma semana era de R$ 3,2969.


Por volta das 13h30, o movimento perdia fôlego e a cotação se acomodava em R$ 3,2841, baixa de 0,71%. Mesmo fora do melhor momento do dia, o real se mantinha entre os dez melhores desempenhos da sessão entre as principais divisas globais.


O principal catalisador do movimento vem de fora. Além da expectativa de crescimento mais acelerado da economia dos EUA, há ainda fatores regionais como a eleição chilena e a sucessão presidencial na África do Sul. São justamente as moedas desses dois países que lideram os ganhos pelo mundo.


Por aqui, se consideradas as projeções do Boletim Focus, a cotação do dólar deve ter pouca alteração até o fim do ano. A mediana das estimativas aponta para taxa de câmbio de R$ 3,29 por dólar no encerramento de 2017.


O adiamento da reforma da Previdência ainda é motivo de cautela, apesar do discurso ainda positivo do governo. Hoje, o presidente Michel Temer pediu que as pessoas não se esqueçam da reforma e afirmou que a medida será levada adiante.


Para o estrategista do banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, a possibilidade de o ex-presidente Lula não disputar a eleição de 2018 também ajuda o mercado a recuperar parte das perdas trazidas pela frustração com a reforma. "Uma corrida presidencial sem Lula diminui a polarização e favorece candidato que tem apoio do governo, que apoia a reforma", diz o especialista.


O IBC-Br de outubro também traz algum alento para o mercado, a despeito do cenário de incertezas políticas. O indicador de atividade econômica ficou acima das expectativas. "Está apontando para um crescimento um pouco melhor no quarto trimestre", diz Rostagno. "O governo precisa de crescimento econômico para poder iniciar um processo de saneamento de contas públicas", acrescenta.


Juros


A trajetória esperada para inflação serve de âncora para os juros futuros de prazos mais curtos, que recuam desde a abertura da sessão desta segunda-feira.


O DI janeiro de 2019, por exemplo, cai para 6,910%, ante 6,940% no ajuste anterior, firmando-se em baixa no início do período vespertino a despeito da falta de direção em trechos mais longos.


O DI janeiro de 2021, por sua vez, opera a 9,280%, de 9,290% no ajuste anterior. O dia é de baixa liquidez no mercado e de sinal positivo para moedas emergentes.