IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Dólar e Ibovespa avançam nesta quinta-feira

21/12/2017 15h52

O dólar opera em alta nesta quinta-feira (21), rondando o nível de R$ 3,31. A direção da moeda é amparada pela movimentação no exterior enquanto outros emergentes, como o peso mexicano, lideram os piores desempenhos do dia.


A moeda americana tocou a máxima no dia, de R$ 3,3173, tendo desacelerado em seguida. Às 14h34, o dólar estava cotado a R$ 3,3106, com alta de 0,50%. O dólar para janeiro estava cotado a R$ 3,3095, com alta de 0,29%.


Operadores apontam que a aproximação do fim de ano também acentua movimento de alta do dólar por aqui. "Tem um aspecto técnico de compra, muitos agentes esperaram uma taxa melhor, mas tiveram de acelerar as operações porque semana que vem não tem liquidez", diz o profissional de uma corretora local.


Juros


Os juros futuros de prazos mais curtos resistem à queda nesta quinta-feira, apesar da leitura de um ambiente de inflação favorável ao recuo da Selic. As projeções do Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) mantêm viva a possibilidade de um ponto terminal ainda mais baixo no atual ciclo de corte de juros. No entanto, o cenário de incertezas - desde eleições até a reforma da Previdência - ainda inibem apostas mais agressivas.


A cautela no mercado se evidencia nos contratos de DI com vencimentos até meados de 2020. Nesse trecho, as taxas operam em alta, destoando inclusive de um viés de queda na ponta mais longa. O DI janeiro de 2019, que reflete a leitura sobre o atual ciclo, sobe a 6,920%, ante 6,890% no ajuste anterior.


O Banco Central (BC) mostrou, no Relatório Trimestral de Inflação (RI), um tom semelhante ao de suas comunicações recentes. Foi reiterada, assim, a leitura de desaceleração do corte da Selic para 0,25 ponto percentual em fevereiro, que levaria a taxa para 6,75% ao ano. No entanto, ao avaliar a trajetória das projeções da instituição para inflação, percebe-se um cenário econômico favorável que mantém viva a possibilidade de movimentos adicionais, embora não seja a principal aposta de boa parte dos analistas.


Dentre as divulgações do dia, o IPCA-15 também denota o ambiente favorável para corte de juros. O indicador teve alta de 0,35% em dezembro. Embora não tenha surpreendido positivamente, como foi o padrão ao longo do ano, os especialistas apontam que o aspecto qualitativo do dado é favorável a tendência de preços baixos. "Saiu da trajetória de desinflação, mas ainda está em um patamar muito confortável", diz a economista Mirella Hirakawa, do Santander.


Uma frustração com o avanço de reformas é um dos principais riscos no cenário. "Embora as projeções (de inflação) permitam certa tranquilidade para extensão do ciclo, a possível frustração com reformas se mostra um risco importante para esse cenário", diz o economista-chefe do banco Votorantim, Roberto Padovani. A expectativa do especialista é de que a Selic volta a subir em 2018. "Os principais riscos para esse cenário continuam sendo eventuais choques externos em um momento em que o País apresenta maior vulnerabilidade fiscal e eleitoral", acrescenta.


O economista-chefe do UBS, Tony Volpon, aponta que o ciclo deve terminar em 6,75%, a não ser que riscos exógenos sejam percebidos. "Já que nós pensamos que a aprovação da reforma da Previdência em 2018 é improvável, enquanto as previsões mensais do BC para inflação em janeiro (0,53%) e fevereiro (0,47%) estão em linha com nossas estimativas, acreditamos que o BC irá pausar o ciclo de flexibilização após a reunião de fevereiro", acrescenta.


Por volta das 14h40, o DI janeiro/2021 permanecia estável em 9,240%, após subir até 9,270%. Já o DI janeiro/2023 era negociado a 10,230% (10,240% no ajuste anterior).


Bolsa


O mercado passou por um susto hoje, com as informações de que a S&P divulgaria um relatório sobre o rating soberano do Brasil na semana que vem. Mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou a informação. O Ibovespa se aproveitou da abertura positiva das bolsas americanas para recuperar terreno e sustentar ganhos, voltando ao patamar dos 74 mil pontos.


Às 14h45, o principal índice da bolsa subia 1,92%, aos 74.771 pontos.


O mercado chegou a ceder e tocar a mínima nos 73.265 pontos, logo depois das informações de que a S&P teria afirmado ontem em conversa com Meirelles que soltaria relatório sobre o rating do Brasil semana que vem.


Logo após a abertura positiva do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq, porém, o índice voltou a ganhar tração, deixando de lado as especulações sobre um eventual rebaixamento do rating soberano, uma ameaça que ronda o mercado brasileiro desde que a reforma da Previdência foi adiada para fevereiro. O objetivo de Meirelles era justamente argumentar com as agências de risco que esperassem a reforma para tomar uma decisão.


Para Ari Santos, gerente da mesa de operações da H. Commcor, ainda é difícil saber a quais conclusões as agências de classificação de risco chegaram e, com um movimento favorável lá fora, o índice aproveita a trégua para retomar patamares.


Segundo ele, a Petrobras vem operando de forma positiva desde a abertura, inspirada inclusive por justificativas técnicas. "Os papéis estão atrasados desde o exercício [de opções] em que bateram R$ 16, então tem um espaço. E neste dia que ela divulgou o plano de negócios novo, tem um impulso."


As maiores altas do horário são Eletrobras PNB (4,84%) e Eletrobras ON (4,55%), seguidas por Itaú Unibanco PN (4,12%) e Petrobras ON (3,57%).


No caso da Eletrobras, a alta repercute as novas notícias sobre a proximidade da privatização da companhia.


Mesmo com o espaço para o 'rali de fim de ano', porém, operadores e analistas veem o Ibovespa oscilando entre os 73 mil e os 75 mil pontos até o fechamento de 2017, sem força para perseguir novos recordes, de olho nas questões políticas domésticas. Ancorado nas leituras positivas para a economia, porém, os analistas não descartam a continuidade das altas ao longo de 2018 ? um movimento que também vai depender cada vez mais do andamento da reforma da Previdência.