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Lula vai ser condenado "se Deus quiser", afirma Bolsonaro

O deputado federal Jair Bolsonaro - Ricardo Borges/Folhapress
O deputado federal Jair Bolsonaro Imagem: Ricardo Borges/Folhapress

06/01/2018 01h07

Pré-candidato à presidência, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse nesta sexta-feira (5) que, "se Deus quiser", Lula vai ser condenado no julgamento marcado para o dia 24, em Porto Alegre. Ele afirmou, no entanto, que caso isso ocorra, o Brasil pode ter "problemas sérios" de segurança em Porto Alegre e outras cidades brasileiras. "Tem que estar alerta no Brasil todo, o pessoal da esquerda não quer lagar o poder, a carta na manga é Lula", disse em entrevista a jornalistas, no Recife, após anúncio de acordo para concorrer à presidência pelo PSL, partido criado pelo empresário pernambucano Luciano Bivar.

Sem Lula no páreo, Bolsonaro disse que o "regra três" é o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE). O deputado acredita que tem duas vantagens em relação aos demais pré-candidatos. "Muitos estão envolvidos na Lava-Jato e, se você ouvir as pessoas, a questão da honestidade é prioridade", afirmou. A outra vantagem, disse, é o fato de ter disciplina e noção de hierarquia adquiridas no Exército, "coisa que a sociedade brasileira está carente".

Segundo Bolsonaro, quando seu nome começou a crescer nas pesquisas, "a grande mídia" colocou o PSDB na direita e ele na extrema-esquerda. "Agora dizem que os extremos devem ser evitados, eu não mudei nada. PMDB, PSDB, PR e PP querem fazer um grande ajuntamento de centro e ali que estaria a virtude. Costumo dizer: estão se unindo para levar um tiro só", disse. "Vai ser briga de Davi contra Golias. Não temos fundo partidário, não temos tempo de televisão, mas temos o povo ao nosso lado", disse, e ressaltou que o nome PSL deve permanecer com a sua chegada ao partido.

O deputado deixou claro que a parceria com o PSL é estratégica para que tanto ele quanto o partido possam sobreviver à cláusula de barreira. Há também convergência de propostas, como a ideia de que o país precisa de uma simplificação tributária, ainda que não seja necessariamente um imposto único federal defendido por Luciano Bivar. "Temos conversado com Paulo Guedes e eu com Marcos Cintra. Ambos são economistas de nome interessados em apresentar a proposta. No momento oportuno essa equipe vai mostrar uma proposta econômica que seja factível e passando pelo crivo do candidato", afirmou Bivar.

O empresário minimizou o afastamento da corrente Livres e disse que espera que dentro de pouco de tempo o "Livres e MBL vão juntar-se a nós".

Bolsonaro disse que em breve deve anunciar novos nomes para a sua equipe nas áreas de defesa e educação. "Eu sou o único que estou montando a equipe antes, geralmente o pessoal monta a equipe depois na base da negociação, estou abrindo o jogo", disse.

O deputado falou da necessidade revisão do pacto federativo, de extinção de parte das estatais criadas no governo do PT e da reforma trabalhista. "O trabalhador vai ter que decidir, menos direitos e emprego ou todos os direitos e desemprego." Ao mesmo tempo, Bolsonaro criticou o formato atual da reforma da previdência com idade mínima. Sobre a privatização da Eletrobras, disse que ainda não vai bater o martelo. "Entendo que o setor energético é estratégico", disse.