Deputado vetado como ministro vai deixar vice-liderança do governo
Após ter seu nome vetado para assumir o comando do Ministério do Trabalho pelo ex-presidente José Sarney (MDB), o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) informou nesta terça-feira não ter mais interesse em permanecer com uma das vagas de vice-líder do governo na Câmara dos Deputados. Ele pediu para deixar a função em uma carta entregue mais cedo ao líder do governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
"Diante das circunstâncias e para evitar embaraços do sr. presidente Michel Temer com o sr. ex-presidente José Sarney, notifico meu desinteresse de continuar como vice-líder, por conseguinte, solicito a minha destituição", disse o parlamentar do PTB na carta entregue a Ribeiro.
Fernandes afirmou que "ficaria incoerente ser rifado e continuar como vice-líder". Na avaliação dele, a motivação do veto de Sarney - sua relação próxima com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que o influenciaria em determinados posicionamentos - não tem fundamento. "O motivo era que eu seguia as orientações de Dino. Minhas votações demonstram que não. Sigo as do PTB".
Nas principais votações do ano passado, como a proposta de emenda constitucional (PEC) do teto de gastos públicos, a reforma trabalhista e as análises das denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer, o deputado petebista votou com o governo.
Questionado se foi irônico ao afirmar que deixaria o posto de vice-líder para evitar divergências entre Temer e Sarney, Fernandes disse que não se utilizou de ironia em sua carta de desligamento. "Não é ironia. Foi assim que o presidente Temer falou para o [presidente nacional do PTB], Roberto Jefferson, [ao afirmar que eu não poderia assumir a pasta]: "O nome do Pedro foi demais, me criou embaraços com o presidente Sarney"", explicou o petebista ao Valor.
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