Petrobras: Público não terá prejuízo com nova política de preço do gás
O objetivo da mudança da política de preços da Petrobras para o gás liquefeito de petróleo (GLP) para uso residencial, comercializado em botijões de 13 kg, anunciada hoje(18), é alcançar um valor semelhante à média de preços internacionais do produto em 12 meses, afirmou o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
“Quando você trabalha com média mais ampla, você suaviza a volatilidade [de preços]. O objetivo da mudança é fazer com que se tenha algo mais semelhante a uma média de 12 meses”, disse o executivo, em coletiva de imprensa sobre o assunto que ocorre neste momento.
Parente reafirmou que os ajustes deixarão de ser mensais e serão trimestrais. E, ao invés de considerar os preços internacionais no mês anterior, o preço vai considerar o valor nos últimos 12 meses. Parente reforçou que a cotação de referência para os ajustes não muda.
Hoje, a empresa informou, em comunicado ao mercado, que foi aprovada a revisão da política de preços do GLP de uso residencial, comercializado em botijões de até 13 quilos, com novos critérios e uma regra de transição para 2018 - que já reduzirá os preços nas refinarias em 5% a partir de amanhã (19).
"Decisão empresarial"
Segundo Parente, a decisão da estatal de revisar a política de preços do botijão de gás foi “estritamente empresarial”.
Segundo ele, a volatilidade dos preços no segundo semestre do ano passado, verificada depois que a petroleira passou a aplicar reajustes mensais, causou impactos no mercado, como a substituição do GLP por combustíveis concorrentes.
O executivo defendeu, ainda, que, nem empresa, nem consumidores, “terão qualquer tipo de prejuízo” com a nova política de preços.
De acordo com o executivo,a revisão da política não significa que está ocorrendo prática de subsídios no preço do produto.
“Como os preços estão atrelados a uma referência internacional, não enxergamos subsídio ao GLP”, disse o executivo. “Estamos praticando preços referenciados [ao do mercado internacional ] mais margem“, afirmou.
Parente disse, ainda, que a empresa não pretende fazer mudanças nas políticas de preços do diesel e da gasolina, nem na precificação do GLP a granel - este último vendido, sobretudo, para comércio e indústria.
Segundo Parente, a afirmação de alguns agentes do mercado, como o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liqüefeito de Petróleo (Sindigás), de que a empresa pratica preços abaixo da paridade internacional para o GLP, trata-se de uma “tese discutível”. “Do nosso ponto de vista não existe [subsídio]”, afirmou.
Preços diferenciados
O presidente da Petrobras disse que a empresa não está fazendo ‘qualquer movimento’ junto ao governo para pedir o fim da resolução nº4/2005 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que determina a prática de preços diferenciados para o GLP residencial.
A resolução “reconhece como de interesse para a política energética nacional a comercialização, por produtor ou importador, de gás liquefeito de petróleo (GLP), destinado exclusivamente a uso doméstico em recipientes transportáveis de capacidade de até 13kg, a preços diferenciados e inferiores aos praticados para os demais usos ou acondicionados em recipientes de outras capacidades”, conforme texto da resolução publicada no Diário Oficial em 2005.
Tendo isto em vista, a empresa trabalha, no mercado de GLP 13 quilos, com margens inferiores àquelas praticadas para os demais derivados - ainda que os preços do botijão estejam atrelados a uma cotação internacional.
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