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Ibovespa tem alta leve de olho em NY; dólar opera estável

19/01/2018 14h21

O Ibovespa retomou o terreno positivo nesta manhã, bastante influenciado pela valorização das commodities no mercado internacional. Mas o movimento foi mais forte no início da sessão e perdeu um pouco de força, em linha com a abertura ainda hesitante de Nova York. Os ganhos expressivos que a bolsa já obteve também ajuda a explicar um ritmo um pouco mais comedido, num momento em que se espera com grande expectativa pelo julgamento do ex-presidente Lula, evento considerado decisivo para a tendência dos mercados no ano.


Às 13h20, o Ibovespa subia 0,02% aos 80.976 pontos. Na máxima, registrada no começo do dia, atingiu 81.429 pontos.


Nesse horário, Dow Jones subia 0,05% e Nasdaq avançava 0,36%.


Num dia de alta do minério de ferro, de 2% no porto chinês, Vale ON ganhava 0,47%, enquanto Usiminas PNA avançava 2,10% e CSN ON subia 1,33%. Também as ações de papel e celulose respondem às boas perspectivas para os preços da commodity: Fibria ON tinha ganho de 2,59%, Klabin ON +1,09% e Suzano ON +1,48%.


Outro destaque do dia é Embraer ON (1,12%), ainda sob efeito das negociações em torno de sua negociação com a Boeing. Segundo o Valor, uma das hipóteses levantada recentemente seria a criação de uma terceira empresa, com as duas sendo acionistas.


Petrobras, por sua vez, passa por correção, após os ganhos recentes provocados pela afirmação do presidente da empresa, Pedro PArente, de que a questão da cessão onerosa deve ser definida em breve. Hoje, em entrevista à Reuters, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que o governo federal é credor no processo de revisão da cessão onerosa com a Petrobras em "bilhões de dólares", mas essas receitas não devem entrar no caixa público neste ano e ajudar a impulsionar o resultado fiscal.


Petrobras ON caía 0,77% e Petrobras PN recuava 0,55%.


Dólar


O mercado de câmbio não encontra apoio suficiente para assumir uma direção mais clara nesta sexta-feira. O dólar opera bem perto da estabilidade, no nível de R$ 3,20, que tem se provado um ponto de suporte firme nos últimos dias. Além de um cenário misto para as divisas globais, a sessão também conta com alguma cautela antes do julgamento do ex-presidente Lula, no próximo dia 24.


Por volta das 13h20, o dólar comercial recuava 0,02%, cotado a R$ 3,2083. Caso mantenha este patamar até o fim do dia, a cotação terminará com cotação praticamente igual à da semana passada.


O contrato futuro para fevereiro, por sua vez, é negociado a R$ 3,2136, em alta de 0,03% nesta sexta-feira.


Sem descuidar da movimentação no exterior, os investidores aguardam a decisão dos desembargadores do TRF-4 sobre Lula para tomar novas ações no mercado local. Alguns gestores comentam que ainda carregam posições otimistas para os ativos brasileiros, como aposta na alta da Bolsa e queda do dólar. No entanto, a ansiedade com o evento da semana que vem também conduz à redução de exposição ou, alternativamente, foco nos mercados internacionais.


Com transmissão ao vivo pela internet, o julgamento de Lula promete, no mínimo, alguma volatilidade para os ativos. Uma decisão unânime do tribunal contra Lula reduz as chances do petista concorrer à Presidência, abrindo espaço para nomes mais alinhados à atual política econômica. Por outro lado, um placar dividido aumenta prazos de recursos e aumenta o ambiente de incertezas.


"Os riscos fiscais e políticos domésticos tornam a economia brasileira mais vulnerável a choques externos, reforçando nossa visão que a moeda possa mostrar maior volatilidade e caminhar para o patamar de R$ 3,40 (em 2018)", diz o banco Votorantim. O maior ponto de atenção para o câmbio, entretanto, é a política monetária norte-americana.


A combinação de fechamento comercial, baixa ociosidade, alta de preços de commodities e estímulos fiscais devem, na avaliação do Votorantim, reforçar a estratégia de normalização de política pelo Federal Reserve, pressionando juros e dólar.


Juros


Os juros futuros oscilam em viés de baixa nesta sexta-feira. Sem grande movimentação no câmbio, a falta de direção clara no mercado reflete uma postura mais cautelosa em relação ao julgamento do ex-presidente Lula, no próximo dia 24.


O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 projetava taxa de 6,915% por volta das 12h45, mesmo valor do no ajuste anterior. O DI janeiro de 2021 era negociado a 8,920%, ante 8,940%.