IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Dólar cai a R$ 3,15, mínima desde outubro de 2017

24/01/2018 18h48

O mercado de câmbio viu hoje o dólar registrar a maior queda desde os dias seguintes à delação da JBS, em maio passado, que envolveu o presidente Michel Temer. A cotação caiu 2,47%, a R$ 3,1569, mínima desde outubro. No mercado futuro, o dólar para fevereiro cede 2,38%, a R$ 3,1640. O volume de negócios já o maior desde 7 de dezembro, com 441 mil contratos de dólar futuro negociados para todos os vencimentos até o momento.


Com expectativa de que o desembargador Victor Laus, último magistrado do TRF-4 a votar no julgamento do ex-presidente Lula, confirme o cenário de condenação unânime do petista. Com isso, o mercado vê aberto o caminho para uma corrida eleitoral sem o ex-presidente, o que para investidores eleva chances de continuidade da política econômica e de ajuste das contas públicas.


Em meio a essa avaliação, o real despontou hoje como a moeda de melhor desempenho no dia. Mas analistas lembram que o pregão hoje é de forte queda do dólar em todo o mundo, o que reduz a representatividade do rali do câmbio doméstico. A expectativa é que o dólar aqui possa cair mais à medida que se confirmar a unanimidade da condenação e um quadro em que o ex-presidente Lula não consiga concorrer ao pleito de outubro que vem.


Para Roberto Serra, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos, o real hoje apenas "compensando" perdas recentes ante seus pares. Pelas contas do gestor, o dólar poderia atingir até o patamar de R$ 3,12. "Mas o mais provável é que vá para a região de R$ 3,15", diz.


Mesmo com um cenário sem Lula, há visões de que a volatilidade deve persistir. Nicolas Saad, gestor da Western Asset, diz que "está longe" para se dizer que "uma decisão de curto prazo" anula as dúvidas dos agentes financeiros com relação às eleições. "Há questão com candidatos extremistas, com os processos..."