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Trabalhistas veem com perplexidade vídeo de indicada ao ministério

30/01/2018 17h43

O Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (MATI) criticou, nesta terça-feira (30), o vídeo da deputada Cristiane Brasil (PTB), no qual ela aparece se defendendo das acusações de ter respondido a ações trabalhistas movidas por dois ex-funcionários. Na segunda (29), a gravação viralizou na internet.


A descoberta dos processos trabalhistas sustentaram uma ação popular elaborada por advogados, que está impedindo que a petebista assuma o comando do Ministério do Trabalho desde o início de janeiro, quando foi nomeada pelo presidente Michel Temer.


"O Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes vem a público externar sua perplexidade e indignação acerca do vídeo da Sra. Cristiane Brasil, amplamente divulgado nas redes sociais, no qual banaliza o fato de ser ré e devedora em ações trabalhistas. Tal atitude tenta transparecer para a sociedade uma visão míope e preconceituosa de que a culpa pela existência de ações trabalhistas seria do trabalhador. Tal opinião causa ainda mais perplexidade, porquanto vinda de uma parlamentar filiada a um partido supostamente trabalhista, ou seja, que, em tese, teria como princípio básico a defesa do direito do trabalho e dos trabalhadores", afirma a entidade em nota.


Durante a gravação, na qual Cristiane aparece a bordo de uma lancha e está acompanhada de quatro amigos , a deputada afirma que não deve nada a ninguém, que tem como provar a declaração e que o fará em breve.


"Todo mundo tem direito de pedir qualquer coisa na Justiça. Todo mundo pode pedir qualquer coisa abstrata, ainda mais na Justiça do Trabalho. Eu juro para vocês que não achava que eu tinha nada para dever a essas duas pessoas que entraram contra mim e vou provar isso em breve", diz a deputada no vídeo.


Na avaliação do MATI, as declarações de Cristiane são contraditórias e constituem "prova cabal" de que ela não possui "as mínimas condições" para assumir o Ministério do Trabalho.


"Lamentamos a declaração absurda de que iria 'provar' que nada devia pois, como se sabe, seus processos trabalhistas foram julgados e transitaram em julgado, não havendo mais discussões sobre sua condenação perante o Judiciário. Esperamos que o governo federal entenda a gravidade da nomeação e escolha um outro nome que seja realmente qualificado e de reputação ilibada para o cargo", diz a nota do movimento, publicada no perfil do facebook do MATI.