Para Temer, se reforma da Previdência não sair agora, 'fica difícil'
O presidente Michel Temer reconheceu que, se a proposta de reforma da Previdência não for votada agora, ficará mais difícil. Em entrevista ao programa de Mariana Godoy, na Rede TV!, o presidente afirmou que "não dá para deixar esse tema permanentemente, o ano todo, até porque, convenhamos, a partir de junho/julho, o Congresso vai se voltar apenas para a questão eleitoral".
Temer disse que o governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vários parlamentares "estão trabalhando muito para votar agora em fevereiro", mas que a tese é que a proposta tem que ser votada, pelo menos em primeiro turno, até o fim de fevereiro, começo de março. "Se não for votado, daí realmente nós reconhecemos que fica difícil, e aí nós temos que ir para outras pautas", frisa.
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O presidente afirmou que o seu governo já fez reformas fundamentais para o país e, se a previdenciária não for votada nesse prazo, "vamos continuar com a chamada simplificação tributária, que vamos fazer logo depois".
Sobre a falta de cerca de 40 votos para atingir o mínimo necessário de 308 votos para a aprovação da proposta, Temer disse no instante em que "pega a onda", vão chegar os votos necessários. "Há cerca de 70 indecisos, e desses devem vir os votos que faltam", disse, dizendo-se esperançoso da aprovação.
Na entrevista, gravada na semana passada, Temer voltou a reconhecer a dificuldade de votar esse assunto em um ano eleitoral, mas conta com a compreensão dos parlamentares da importância de sua aprovação e com o apoio popular para que o Congresso se sinta confortável em votar favoravelmente à proposta.
Ele lembrou que foi o relator da reforma da Previdência proposta pelo governo Fernando Henrique Cardoso em 1996 e que, mesmo assim, foi reeleito à Câmara com o triplo de votos obtidos na eleição anterior. Destacou, ainda, que a proposta atual está mais branda que a primeira versão, excluindo várias categorias, como o trabalhador rural e os deficientes, entre outras.
Semipresidencialismo
Temer abordou também o tema do semipresidencialismo, que ele vem discutindo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, destacando que já vem exercendo quase que esse regime, em função de sua "parceria" com o Congresso na discussão das reformas que propôs e vem fazendo.
O presidente explicou que sua ideia é de um regime parecido com o de Portugal e França, em que o presidente é eleito pela população, escolhe o primeiro-ministro e que a vantagem é que ele divide responsabilidades de governo com o Congresso. "Não é improvável que entremos com uma emenda [constitucional] para a implementação do regime, mas só valeria para depois de 2022", adiantou.
Temer afirmou que há a perspectiva de que o seu partido, o MDB, tenha candidato próprio à Presidência da República este ano (que ele volta a frisar que não será ele), mas espera que defenda seu legado.
Sobre se crê que Lula poderá ser candidato, afirmou que essas coisas vão se arrumando ao longo do tempo, mas que acredita que um candidato de oposição terá dificuldades de falar mal de seu governo. "Só se ele disser que é contra todas as melhorias que conseguimos", desafia.
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