Temer: De 0 a 10, sou "grau de esperança 7" na reforma da Previdência
09/02/2018 10h03
(Atualizada às 9h54) Em uma escala de 0 a 10,o presidente Michel Temer (MDB) disse ter um "grau de esperança" 7 na aprovação da reforma da Previdência. "Você precisa convencer os colegas [parlamentares]. Eles me deram um apoio extraordinário, são parceiros do governo", disse Temer, em entrevista nesta sexta-feira (9) à Rádio Guaíba, de Porto Alegre.
Segundo ele, as "reações de contrariedade à reforma da Previdência são injustificadas",porque o governo procura "igualar a aposentadoria do setor privado e público". Temeraproveitou a ocasião para pedir que os ouvintes conversem com os deputados federais da sua região para pedir a aprovação da reforma.
"Será que o trabalho do servidor público é mais pesado, complicado que o do setor privado? Não é", disse Temer. "Portanto, quando você busca igualdade, você está acertando as contas públicas, como está aplicando um dos princípios fundamentais da Constituição, que é a igualdade", disse.
Para Temer, "dá para apostar com vantagem" na reforma da Previdência. "A reforma é importante até para o servidor", continuou, porque, caso não seja aprovada, "daqui a pouco vai ter que cortar aposentadoria e vencimentos".
Questionado se pretendia concorrer à reeleição em outubro, Temer respondeu: "Eu sou candidato a passar na história como alguém que saiu da recessão e fez reformas."
Segurança "angustiante"
O presidente prometeu para a próxima semana um anúncio na área de segurança pública. "A questão da segurança está tão angustiante que ações dos Estados vêm parar no governo federal", disse. "Consolidamos um plano de segurança para o país, com coordenação da União."
Temer aproveitou a oportunidade para defender as privatizações e concessões que vem promovendo, "sempre com muito sucesso", segundo ele.
Durante a entrevista, Temer cometeu uma gafe ao chamar a emissora de "Rádio Gaúcha", principal concorrente da Guaíba no Estado. Em seguida, se corrigiu.
Venezuela
Na entrevista, o presidente afirmou que o Brasil está em um "embate diplomático" com a Venezuela, país que enfrenta uma profunda crise econômica e humanitária. Milhares de venezuelanos têm cruzado a fronteira em busca de abrigo e oportunidades na região norte do país.
"Discordamos da forma como as coisas estão caminhando na Venezuela. Ela não foi admitida no Mercosul e buscamos ajuda humanitária", disse Temer.
Impopularidade a serviço do país
O presidente disse que a sua gestão aplica um plano de governo "pela primeira vez no país".
Segundo Temer, o documento "Ponte para o Futuro", lançado pelo seu partido, foi tomado como um "documento de oposição", mas era um "documento de colaboração", disse.
"Conseguimos fazer coisas paralisadas que ninguém tinha coragem de fazer. Estou aproveitando minha impopularidade para fazer o que o Brasil precisa", afirmou.
O presidente listou obras que estão sendo tocadasno Rio Grande do Sul, como a ponte sobre o rio Guaíba e a duplicação da BR-116 - sem, no entanto, se comprometer com prazos de conclusão. Sobre o Estado, Temer apontou que as dificuldades financeiras "estão centradas na questão da Previdência".
Temer foi questionado sobre a necessidade de privatizar estatais locais como parte do programa de recuperação fiscal. O presidente respondeu que a "recuperação fiscal exige garantias, como algumas concessões".