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Gol reverte prejuízo no 4º trimestre, mas lucro cai no ano

07/03/2018 07h37

(Atualizada às 11h38) A Gol, maior companhia aérea doméstica no Brasil, reportou lucro líquido de R$ 5,7 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo perda de R$ 102,9 milhões apurada em igual período de 2016.


A empresa disse que o ganho foi impactado por variação cambial negativa maior ante o ano anterior, das despesas com a emissão dos 7% Senior Notes 2025 e dos pagamentos referentes à aquisição parcial das nossas Senior Notes com vencimento em 2020 e 2022 (Tender Offer).


Na mesma base de comparação, a Gol aumentou a receita líquida em 11,8%, para R$ 2,978 bilhões. Todos os indicadores operacionais melhoraram no quarto trimestre. A receita média por passageiro (Prask) subiu 7,6%, o yield (valor médio recebido pela companhia a cada quilômetro voado) aumentou 3,1%, enquanto o bilhete médio teve valor 4,9% superior ao de um ano antes.


As despesas e custos operacionais subiram menos, 4,9%, determinando um lucro operacional antes de juros e impostos (Ebit) melhor em 95,7%, atingindo R$ 388 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 66,1%, para R$ 531,6 milhões.


As margens de lucro da companhia aumentaram no quarto trimestre. A margem Ebit aumentou de 7,4% para 13%, enquanto a margem Ebitda passou de 12% para 17,8%, na comparação com o quarto trimestre de 2016.


Com os números do quarto trimestre, a Gol fechou 2017 com lucro líquido de R$ 19,2 milhões, queda de 97,7% ante 2016, com lucro por ação de R$ 0,42, abaixo do guidance, que apontava para um ganho de R$ 0,80 a R$ 0,90.


A Gol explicou que em 2016 foi beneficiado no lucro líquido porque contabilizou ganhos com variação cambial de R$ 1,4 bilhão, enquanto que em 2017 foram contabilizadas perdas com variação cambial de R$ 70,5 milhões.


Mas a margem Ebit e a margem Ebitda em 2017, de 9,4% e 14,1%, respectivamente, ficaram em linha com as projeções, de 14% e 9%.


A receita da Gol em 2017 avançou 7,2% para R$ 10,6 bilhões.


Liquidez


No quarto trimestre, houve um aumento líquido em caixa e equivalente caixa da ordem de R$ 1,069 bilhão, elevando a medida de liquidez total da empresa para R$ 3,19 bilhões.No fim de 2016, a liquidez total da Gol era de R$ 1,9 bilhão.


No quarto trimestre de 2017, a Gol teve um fluxo de caixa operacional positivo de R$ 629,9 milhões, ante R$ 407,9 milhões em igual período de 2016.


A Gol apurou, no ano de 2017, R$ 1,722 bilhão de fluxo de caixa operacional, ante R$ 127,5 milhões em todo o ano de 2016.


Já o fluxo de caixa das atividades financeiras foi positivo em R$ 801,8 milhões no quarto trimestre de 2017, ante R$ 79,7 milhões negativos um ano antes.


No ano fechado, o fluxo de caixa financeiro da Gol foi positivo em R$ 359,5 milhões em 2017, contra R$ 1,062 bilhão negativos em 2016.


A Gol registrou no fim do quarto trimestre de 2017 um total de empréstimos e financiamentos de R$ 7,1 bilhões, incluindo arrendamentos financeiros, aumento de 20% ante o terceiro trimestre de 2017.


A dívida líquida em relação ao Ebitda acumulado em 12 meses, excluindo bônus perpétuos, diminuiu para três vezes no período, comparativamente aos 3,4 vezes do terceiro trimestre de 2017.


O prazo médio de vencimento da dívida de longo prazo da Gol no quarto trimestre de 2017, excluindo os leasings financeiros de aeronaves e dívida sem vencimento, foi de 3,9 anos, comparado com 2,9 anos no terceiro trimestre de 2017.


A taxa média da dívida atingiu 9,09% nas obrigações em reais, frente aos 10,74% no terceiro trimestre de 2017, e 7,35% nas obrigações em dólares, frente aos 7,50% no terceiro trimestre de 2017.


"Seguimos com uma série de iniciativas para redução do custo de dívida e melhoria do perfil de liquidez durante o quarto trimestre de 2017", disse a Gol. Como exemplo, citou a operação em dezembro, por meio de subsidiária Gol Finance, de emissão de Senior Notes com vencimento em 2025 no montante de US$ 500 milhões.


2019


A Gol antecipou as projeções preliminares ("guidance" preliminar) para 2019 com metas da companhia aérea que apontam melhoria de indicadores operacionais e financeiros ante 2017 e 2018.


A Gol prevê apurar em 2019 um lucro por ação de R$ 1,70 a R$ 2,30. Em 2017, essa medida de ganho foi de R$ 0,42, embora a empresa tivesse prometido entregar um lucro por ação de R$ 0,80 a R$ 0,90.


Nesto ano de 2018, a aérea projeta ter lucro por ação entre R$ 1,20 a R$ 1,40.


Para as margens de Ebit e Ebitda, a Gol projeta ter em 2019 rentabilidades de 13% e 18%, respectivamente.


Em 2017, as margem Ebit e Ebitda foram de 9,4% e 14,1%, respectivamente, em linha com as metas, que eram de 9% e 14%.


Para 2018, a Gol prevê ter margem Ebit de 11% e margem Ebitda de 16%.


A companhia aérea projeta reduzir em 2019 de 3 vezes para 2,5 vezes a alavancagem medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda.


Os investimentos (Capex) projetados pela Gol para 2018 e 2019 serão de R$ 600 milhões em cada ano, ante R$ 560 milhões em 2017.


A frota da Gol, que encerrou 2017 com 117 aeronaves ? uma a mais que as 116 do guidance para o ano ? vai subir a 118 em 2018 e ficar entre 122 e 124 jatos em 2019.


A Gol tem um cenário de expansão de oferta, com a capacidade ? medida em assentos-quilômetros disponíveis (ASK) aumentando de 1% a 3% em 2018 e, depois, de 5% a 10%, em 2019.


Essa expansão da oferta vai ser liderada pelas rotas internacionais. Enquanto no doméstico, a Gol vai elevar o ASK de 0% a 3% este ano e de 1% a 3% em 2019, nas operações internacionais a empresa projeta elevar de 7% a 10% a capacidade em 2018 e de 30% a 40%, em 2019.


O preço do combustível por litro, que fechou 2017 em R$ 2,10 (em linha com a meta), vai subir a R$ 2,20 em 2018 e a R$ 2,60 em 2019, projeta a Gol.