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Apreensão com tarifas de Trump mantém Ibovespa no campo negativo

08/03/2018 16h27

A incerteza relacionada à adoção de medidas protecionistas pelo governo americano, com a sobretaxação das importações de aço e alumínio, faz com que os investidores adotem uma postura defensiva nesta quinta-feira, derrubando o Ibovespa para a faixa de 84 mil pontos.


Por volta de 16h25, o índice recuava 0,92%, aos 84.697 pontos, e giro financeiro de R$ 5,67 bilhões. Mantido esse ritmo, o volume de negociações chegará a R$ 7,6 bilhões ao fim do dia. Na mínima, o indicador chegou aos 84.491 pontos (-1,16%)


A apreensão afeta principalmente o setor de siderurgia e mineração. Vale ON (-3,2%) registra o maior giro do dia, com R$ 581 milhões. Também operam em queda Usiminas PNA (-1,86%), CSN ON (-3,2%) e Gerdau PN (-4,9%), a maior retração do Ibovespa.


A assinatura do decreto do governo americano que estabelece alíquotas às importações de aço e de alumínio está prevista para 17h30 de hoje. No entanto, ainda há dúvida no mercado quanto aos detalhes dos planos de Donald Trump, entre eles a possível exclusão de alguns países da taxação, como Canadá e México.


"Antes do anúncio, é difícil precificar qual vai ser a dinâmica [do comércio internacional]", diz Adeodato Volpi Neto, estrategista-chefe da Eleven Financial Research. "O mercado passa por uma pressão natural frente a um anúncio relevante".


O Brasil exporta atualmente pouco mais de 30% de sua produção de aço e alumínio para os Estados Unidos, segundo dados do ING ? somente Canadá e México possuem uma fatia superior. Entre 2013 e 2017, a média brasileira de exportação desses produtos para o mercado americano ficou em US$ 3,1 bilhões. Considerando o superávit primário de 2017, de US$ 67 bilhões, a fatia corresponde a 5% do total.


Tal cenário faz com que o Ibovespa seja fique mais vulnerável que outras bolsas emergentes. No México, o S&P/BMV IPC opera em alta de 0,36% e, no Chile, o IPSA Select sobe 0,3%. Outros indicadores apresentam quedas menos intensas: na Colômbia, o COLCAP recua 0,12%; na Argentina, o Merval cai 0,15%; e, no Peru, o S&P Lima General desvaloriza 0,49%.


Além da incerteza global, a Vale ON também é pressionada pela queda nos preços do minério de ferro ? a commodity caiu 3,4% hoje na China, acumulando recuo de 6,8% em março.


Na ponta positiva, destaque para Fibria ON (+5,8%) e Suzano ON (+3,78%) ? mais cedo, o Valor noticiou que as companhias estão perto de anunciar um acordo de fusão. Também opera em alta Localiza ON (+5,26%), após divulgar resultados trimestrais considerados fortes por BTG Pactual e Credit Suisse.