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Tensão com protecionismo nos EUA faz Ibovespa fechar em queda

08/03/2018 18h44

Em meio ao anúncio oficial das medidas protecionistas a serem adotadas pelos Estados Unidos em relação às importações de aço e alumínio, o Ibovespa reduziu o ritmo de queda na reta final do pregão, mas não foi capaz de sustentar o nível dos 85 mil pontos. Os setores de siderurgia e mineração estiveram entre os destaques negativos do indicador.


Após atingir a mínima de 84.491 pontos (-1,16%), o índice fechou em queda de 0,58%, aos 84.985 pontos. Com isso, o Ibovespa zerou os ganhos no mês, passando a acumular perda de 0,43% em março ? na semana, a retração é de 0.91%. O giro financeiro chegou a R$ 8,8 bilhões.


Há pouco, o presidente americano Donald Trump assinou um decreto estabelecendo tarifas de 25% à importação de aço e de 10% à de alumínio, cuja aplicação terá início em 15 dias. No entanto, Canadá e México estão temporariamente isentos da medida; além disso, Trump deixou espaço para que os demais parceiros comerciais dos Estados Unidos negociem isenções separadamente.


Segundo os Adeodato Volpi Neto, estrategista-chefe da Eleven Financial Research, a tensão relacionada a uma possível guerra comercial continuará impactando os mercados. Quanto ao setor de siderurgia brasileiro, ele lembra que, nos próximos 15 dias, negociações serão conduzidas entre os governos, abrindo a possibilidade de a sobretaxação a ser aplicada ao país ser revista.


"Ao invés de tomar uma decisão agora, eu estaria muito mais atento aos movimentos dos próximos 15 dias", diz, ressaltando que as respostas da China e da União Europeia ao anúncio também poderão influenciar o comportamento das siderúrgicas brasileiras na bolsa.


A retração de hoje do Ibovespa foi puxada por Vale ON, em queda de 3,24% e com o maior volume financeiro do dia (R$ 833 milhões). CSN ON (-5,08%) liderou as perdas do índice; Gerdau PN (-4,18%) e Usiminas PNA (-2,13%) também ficaram entre os destaques negativos.


Além da tensão setorial, as ações da Vale ainda reagiram à retração de 3,4% no minério de ferro, a quinta queda seguida no preço da commodity ? em março, a desvalorização já chega a 6,8%.


Na ponta positiva, Fibria (+6,53%) e Suzano (+3,64%) foram os destaques do dia ? mais cedo, o Valor noticiou que as companhias estão perto de anunciar um acordo de fusão. Também teve alta expressiva Localiza ON (+5,33%), reagindo aos resultados da companhia no quarto trimestre de 2107, considerados positivos por BTG Pactual e Credit Suisse.