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Ibovespa mantém sinal positivo, mesmo com ajuste em NY; dólar sobe

12/03/2018 13h55

O Ibovespa engatou um movimento positivo hoje, ainda sob efeito da melhora de humor global e também da aposta em cortes adicionais de juros. A correção das bolsas americanas, após a disparada da sexta-feira, faz o Ibovespa perder o ímpeto, mas não chega a interromper os ganhos.

Às 13h50, o índice subia 0,30% para 86.627 pontos. No mesmo horário, o índice Dow Jones recua 0,35%.

Ainda que haja algum ajuste nas bolsas americanas, os mercados seguem sob o efeito do último relatório o mercado de trabalho nos EUA, que aliviou receios quanto a um aumento acelerado da inflação e dos juros para conter o avanço dos preços. Embora a geração de vagas de trabalho tenha se acentuado em fevereiro e tenha havido adição líquida de 54 mil vagas nas revisões dos dois meses anteriores, o ritmo de crescimento da renda salarial desacelerou, de +0,30% em janeiro na margem, para +0,15% - ou 2,6% na base anual (contra 2,8% revisado de janeiro).

Aqui, a percepção de que a Selic tem espaço para mais alguma queda contribui para a bolsa retomar os ganhos. Na pesquisa Focus, a mediana das estimativas para o juro no fim do ano recuou de 6,75% para 6,50%.

Já as ações de siderurgia, que tiveram forte queda na semana passada, hoje se recuperam. Há pouco, CSN subia 1,46%, Gerdau ganhava 1,93% e Usiminas subia 1,34%.

Mas o destaque do dia foram as ações de papel e celulose. Fibria esteve entre os maiores ganhos durante toda a manhã e, há pouco, subia 3,61%. A ação reage à notícia publicada pelo Valor de que a Paper Excellence (PE), que pertence aos mesmos donos da Asia Pulp and Paper (APP), apresentou uma proposta firme de compra da Fibria neste fim de semana. Já a Suzano ON, que também tem uma proposta encaminhada pela Fibria, opera em queda de 4,45%, a maior queda do Ibovespa.

Também chama a atenção o desempenho de JBS, que sobe 4,71%, maior alta do índice. Ontem, o jornalista Lauro Jardim informou que o BNDES está negociando a venda de sua participação na empresa para fundos soberanos, em um negócio avaliado em R$ 7 bilhões. O montante representa um prêmio de cerca de 20% sobre a atual cotação dos papéis.

Dólar

O dólar começa a semana em alta moderada contra o real, dando sequência ao movimento iniciado em meados da semana passada, quando medidas protecionistas do governo americano levantaram dúvidas sobre o ritmo do comércio internacional e o crescimento sincronizado da economia global.

Às 13h50h, o dólar comercial subia 0,38%, a R$ 3,2636. O dólar para abril tinha variação positiva de 0,12%, a R$ 3,2680.

Ajuda a suavizar a alta do dólar o início, pelo Banco Central, das rolagens de contratos de swap cambial. No primeiro leilão de rolagem do vencimento abril, o BC colocou todos os 14 mil contratos ofertados. Em 2 de abril vence um total de US$ 9,029 bilhões em contratos de swap cambial e, mantido o ritmo atual de colocações, o BC deve adiar todo o lote desse vencimento.

"Dados os riscos que podem vir à frente, como eleição, é bem provável que o BC continue a fazer as rolagens de todos os lotes mensais de swaps", diz o gerente da área de derivativos de uma corretora em São Paulo.

Há vencimentos previstos para maio (US$ 2,565 bilhões), julho (US$ 5,962 bilhões) e outubro (US 6,241 bilhões).

As rolagens integrais dos swaps cambiais devem ajudar a manter o dólar perto dos atuais patamares, considerando as projeções do mercado para a taxa de câmbio ao longo dos próximos meses. Analistas consultados pelo BC esperam dólar de R$ 3,25 ao fim de cada mês até maio. A partir de então a moeda sobe ligeiramente para cerca de R$ 3,30, patamar no qual encerrará o ano, pela mediana das previsões dos economistas consultados para a pesquisa Focus.

Para alguns analistas, porém, essa taxa de câmbio ainda parece valorizada diante dos riscos à frente. "Os fundamentos de curto prazo até sugerem um câmbio mais estável, mas acho que isso se apoia em pontos ainda frágeis", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, citando a expectativa, presente nos cenários-base de boa parte do mercado, de que a reforma da Previdência seja aprovada em 2019.

Juros

A queda dos juros futuros é reforçada nesta segunda-feira por novos sinais de inflação baixa no Brasil. Dados correntes benignos e ajuste para baixo nas expectativas para o IPCA desenham um pano de fundo favorável para queda de juros.

Com isso, os juros futuros voltaram a cair nesta segunda-feira. O DI janeiro/2019 caía a 6,435%, ante 6,450% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2020 recuava para 7,280%, ante 7,290% na mesma base de comparação.

O DI janeiro/2021 cai a 8,230% (8,250% no ajuste anterior);o DI janeiro/2023 recua a 9,180% (9,190% no ajuste anterior);e o DI janeiro/2025 cede a 9,630% (9,630% no ajuste anterior).