Dólar tem leve baixa com EUA; Ibovespa recua com realização de lucros
O dólar mantém o padrão recente de moderadas variações ante o real e opera nesta terça-feira (13) apenas em leve queda, que ainda assim praticamente devolve a ligeira alta de ontem (12).
Por volta das 13h20, o dólar comercial caía 0,10%, a R$ 3,2538. Na segunda-feira (12), a moeda americana havia terminado com valorização de 0,18%.No mercado futuro, a taxa do contrato com vencimento em abril tinha baixa de 0,29%, a R$ 3,2575.
A baixa do dólar reflete um movimento global, com a moeda perdendo terreno frente a várias divisas após. O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos referente a fevereiro amenizar receios sobre o risco de o Federal Reserve (Fed, o BC americano) precisar subir os juros mais que o necessário, diante de sinais de vida da inflação.
"O dólar deve ser alvo de renovada pressão vendedora", dizem estrategistas do Morgan Stanley, segundos os quais o "achatamento" da curva de rendimentos nos EUA reduziu a demanda de investidores japoneses por bônus denominados em dólar.
Além disso, a moderação no crescimento dos salários nos EUA em fevereiro sugere que o dólar continuará "para trás", por ora.
Juros
Os números de inflação nos Estados Unidos reduzem um importante risco no horizonte: o de endurecimento do aperto monetário no país. Com o cenário externo mais ameno, os investidores reafirmam a aposta de queda da Selic na reunião do Copom na semana que vem e até de permanecer baixa por algum tempo.
No entanto, por mais que a confiança aumente, isso não se traduz numa queda mais acentuada dos juros futuros de curto prazo. Mesmo antes dos números americanos, a expectativa de corte de 0,25 ponto percentual da Selic, para 6,50%, na decisão de 21 de março já se consolidava com quase 90% de probabilidade.
Dentre as grandes instituições que migraram para essa aposta está o Nomura. Isso por causa da inflação no Brasil. O IPCA acumulado em 12 meses está em 2,84%, significativamente abaixo da previsão do BC de 3,09%. "Nós também acreditamos que uma amplo hiato na economia - apesar do fortalecimento do crescimento - permitirá que o BC mantenha esse nível expansivo durante 2018", aponta o banco.
E agora o que se aguarda é a comunicação do BC para os próximos passos.
Nesta terça-feira, alguns players estão apostando que o Copom pode sinalizar que o corte de março seria o último e consequentemente o prêmio de risco visto na curva tende a fechar um pouco. "Não que seja a opinião majoritária, mas vemos algumas casas se movimentando nesse sentido", diz um operador Luis Laudisio, da Renascença.
Sinal dessa cautela é o ligeiro avanço de dois pontos da taxa projetada pelo DI janeiro de 2019, a 6,470%. O DI janeiro de 2020 marca 7,280%, em leve baixa.
O que se espera do comunicado do Copom - que acompanhará sua decisão para Selic no próximo dia 21 - é um certo grau de flexibilidade para a trajetória do juro básico, sem fechar totalmente a porta para novos cortes. "O BC deve endurecer um pouco o tom e indicar que o ciclo realmente está terminando, mas não parece que vai se fechar a novas surpresas da inflação", diz um gestor.
Os juros futuros de prazos mais longos são os mais beneficiados pelo alívio com a conjuntura americana. Hoje, a diferença desses vértices para os mais curtos volta a cair, sinalizando a queda do prêmio cobrado ao longo da curva. A taxa projetada pelo DI janeiro de 2023 cai 7 pontos-base para 9,110%.
Bolsa
Depois de uma abertura positiva, o Ibovespa acabou cedendo à realização de lucros e terminou a manhã em leve queda. O recuo do preço do petróleo e um certo desconforto dos investidores com a política americana?reforçado hoje pelo afastamento do secretário de Estado, Rex Tillerson ? deram argumento para esse ajuste.
Às 13h30, o Ibovespa caía 0,66%, para 86.331 pontos. Na máxima, alcançou 87.333 pontos.
O mercado reagiu positivamente aos dados de inflação dos Estados Unidos e aos números de vendas no varejo no Brasil. O CPI subiu 2,2% em fevereiro, levemente abaixo do esperado (2,3%). O núcleo do indicador avançou 1,8%, também abaixo do projetado (1,9%).
No cenário brasileiro, o mercado reagiu ao resultado das vendas no varejo mais forte do que o esperado. Em janeiro, o varejo restrito cresceu 0,9%, ante estimativa de 0,5%.
Mas, no fim da manhã, as blue chips Vale e Petrobras mudaram o sinal e jogaram o índice para baixo. Petrobras PN recua 0,54%, enquanto o papel ON da petrolífera cai 0,75%. Vale ON cai 0,54% no horário.
"Os investidores relatam uma certa preocupação com o rumo da política dos Estados Unidos, com o avanço dessa postura muito protecionista", afirma Fabio Carvalho, da CM Capital Market. "E sem fatos novos por aqui, o mercado acaba fraquejando."
No noticiário corporativo, Fibria (-0,79%) e Suzano (1,36%) seguem como destaques. O mercado acompanha as notícias sobre as negociações da venda da Fibria, que está sendo disputada pela Suzano e também pela Paper Excellence.
Na visão dos profissionais de mercado, esse evento coloca viés de compra para as duas empresas brasileiras. Isso porque a Suzano deve travar uma "guerra" para comprar a concorrente porque, sem esse negócio, ela fica com pouquíssimas opções de crescimento e, portanto, acabará sendo um alvo de aquisição por outra empresa.
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