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Juros futuros têm leve alta amparada por exterior

15/03/2018 17h57

O mercado de juros futuros não passou ileso pela piora do ambiente externo. As taxas dos contratos de DI voltaram a subir nesta quinta-feira (15), apesar de sofrerem menos que outros ativos brasileiros.Os avanços das taxas foram amparados pelas preocupações com uma guerra comercial, principalmente agora que o presidente americano, Donald Trump, busca uma postura mais uníssona de seus assessores.

A escolha de Larry Kudlow para o cargo de diretor do Conselho Econômico Nacional é um sinal de alinhamento dentro da Casa Branca com as visões mais protecionistas de Trump. O recém-chegado não só substitui Gary Cohn - que renunciou depois do anúncio das sobretaxas ao aço e ao alumínio importados - como já ofereceu apoio à posição de negociação linha-dura de Trump contra a China.

O aumento da percepção de risco se voltou para o médio prazo, o que se evidenciou na movimentação nos DIs. Foram justamente os trechos curtos e intermediários que, ao fim da sessão regular, se mantinham em alta. Contratos mais negociados desta quinta-feira, o DI janeiro de 2020 e o DI janeiro de 2021 subiram 3 pontos-base para os respectivos níveis de 7,380% e 8,260%.

Apesar dos riscos no radar, o BNP Paribas acredita que é no trecho intermediário da curva de juros que reside o prêmio a ser explorado. A análise no banco se volta para os fatores locais e a trajetória da Selic. A leitura é a de que o mercado, em geral, subestima o tamanho dos ciclos de flexibilização monetária no Brasil. Em 2005 e 2011, a diferença média entre o que foi precificado e o ciclo efetivo foi de 363 pontos. E, desta vez, o caminho não é diferente.

Embora os investidores e os economistas tenham previsto um ciclo de flexibilização de cerca de 350 pontos-base, a autoridade monetária baixou a taxa Selic em 750 pontos-base até agora. Em outras palavras, mais uma vez a ponta curta da curva DI e a pesquisa Focus subestimaram o ciclo em 400 pontos, conclui o BNP.

"À medida que o BC se aproxima do fim do ciclo, vemos que a maior parte do prêmio está atualmente localizada na 'barriga' da curva DI", afirma o banco. A Selic média projetada para 2020 é de cerca de 10%. E o BNP acredita que o nível de 9,75% deve ser atingido em breve, mas há espaço para convergir para níveis ainda menores.