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Perto de R$ 3,30, dólar bate máxima em um mês

15/03/2018 18h11

A alta nos custos de financiamento bancário nos Estados Unidos, o aumento das preocupações no âmbito do comércio exterior e as tensões diplomáticas entre grandes economias turbinaram a demanda por dólares em todo o mundo nesta quinta-feira (15). E, no Brasil, não foi diferente.O dólar comercial terminou o pregão em alta de 0,90%, a R$ 3,2900. É o maior patamar desde 9 de fevereiro, quando a cotação da moeda americana foi a R$ 3,3183.

O real integrou o grupo de divisas que mais perdeu valor, junto com outras moedas de commodities, em meio à queda das matérias-primas para perto de mínimas em um mês.

Analistas destacaram uma conjunção de fatores que puxou o dólar para cima. A volatilidade vinha em queda nos últimos dias, o que deixou o mercado mais vulnerável a oscilações. A menos de uma semana da decisão de política monetária nos Estados Unidos, investidores colocaram mais fichas na possibilidade de não só o Fed elevar os juros como também sinalizar mais elevações da taxa básica americana.

Mas o que chamou mesmo a atenção foi a nova alta nos custos de financiamento bancário nos EUA. Vassili Serebriakov, estrategista de câmbio do Crédit Agricole em Nova York, diz que esse encarecimento está por trás da alta global do dólar hoje."O mercado parece mais na defensiva antes do Fed", disse.

Essa medida de custo subiu hoje a máximas em seis anos, o que, na prática, indica aperto nas condições de liquidez no sistema bancário. Serebriakov já espera quatro altas de juros nos EUA neste ano e que essa sinalização seja dada pelo Fed na próxima semana.

Completando o quadro mais favorável ao dólar, analistas citaram renovadas tensões do lado comercial e ruídos diplomáticos. A Casa Branca pretende cortar em US$ 100 bilhões o déficit comercial dos EUA com a China. O receio é que Washington adote medidas mais diretas na direção de Pequim, o que poderia ter desdobramentos negativos a mercados emergentes que exportam para o gigante asiático.

Investidores temem que um aumento de ruídos geopolíticos crie ambiente menos propício a investimentos, o que ameaçaria a tese de crescimento global sincronizado que tem beneficiado mercados emergentes. No mais recente episódio, a Rússia classificou como "irresponsável" a posição do Reino Unido de anunciar sanções relacionadas ao envenenamento de um ex-espião russo na Inglaterra.