IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ibovespa cede à pressão negativa vinda do exterior e dólar sobe

19/03/2018 14h07

O Ibovespa acentuou as perdas no fim da manhã e perdeu os 84 mil pontos, seguindo de perto o comportamento das bolsas americanas, que foram às mínimas. O comportamento negativo é disseminado, mas é mais evidente entre as ações ligadas a commodities.

Às 14h05, o Ibovespa caía 1,34%, para 83.746 pontos.

Entre as maiores quedas, Vale ON é um dos destaques, com desvalorização de 3,95%, em resposta à queda do minério de ferro, de 3,4% no mercado chinês. A commodity foi ao menor nível desde 7 de dezembro. A pressão vendedora de Vale faz com que a ação seja a mais negociada na bolsa até o momento, com giro de R$ 577 milhões.

Na mesma linha, Bradespar cai 4,25%. As siderúrgicas também caem: Usiminas perde 3,86%, CSN recua 2,59% e Gerdau PN tem queda de 2,82%.

Os mercados internacionais refletem uma clara cautela gerada pela proximidade da reunião do Federal Reserve, na quarta-feira. A expectativa é que o BC americano volte a subir a taxa de juros. Mas, mais importante do que a decisão em si, o mercado espera pelas projeções sobre o rumo dos juros - que podem levar o mercado a consolidar a possibilidade de outras duas ou três altas no ano.

Esse clima negativo afeta outras blue chips, como Petrobras, que acelerou as perdas no fim da manhã. Há pouco, Petrobras PN caía 3,04%, enquanto Petrobras PN cedia 2,52%.

Na ponta positiva, o destaque absoluto é Suzano ON, que subia há pouco 10,35%. Segundo profissionais, o mercado segue fazendo operações de arbitragem entre Suzano e Fibria, sob efeito da leitura de que a operação de compra anunciado na sexta-feira foi favorável à Suzano.

Dólar

O dólar começa a semana de decisão de juros nos EUA em alta ante o real e outras divisas emergentes. A intensidade, porém, é considerada até moderada diante da forte queda das bolsas de valores na Europa e em Nova York, que faz a volatilidade reviver saltos na casa de 20%.

Assim como no começo de fevereiro, a piora do sentimento de risco hoje parece mais concentrada no mercado de ações. Para as moedas, o fator mais importante agora é a sinalização do Fed sobre os próximos passos da política monetária na primeira reunião comandada por Jerome Powell.

Alguns analistas não descartam que o Fomc considere a probabilidade de quatro elevações de juros neste ano. "Se o Fed de Powell for claro nesse sentido, haverá um impulso para o dólar", diz o gerente da mesa de derivativos de uma atuante corretora em São Paulo.

Mas os números mais recentes da economia americana têm esfriado apostas mais agressivas num Fed "hawkish". "A decepção com dados recentes combinada com o núcleo do CPI preso a 1,8% por três meses tem feito alguns investidores aceitarem ser improvável que o Fed sinalize quatro altas de juros", diz em nota Marc Chandler, chefe global de estratégia de câmbio do banco Brown Brothers Harriman, em Nova York.

Aqui no Brasil, o dólar comercial subia 0,27% às 14h04, para R$ 3,2898.

A taxa do contrato de dólar futuro para abril tinha alta de 0,27%, a R$ 3,2930.

No exterior, o dólar se apreciava 0,2% ante o peso mexicano, 0,5% contra a lira turca e 0,6% frente ao rand sul-africano.

No plano doméstico, está no radar ainda o exame pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de habeas corpus a favor do ex-presidente Lula. Hoje, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, disse que o julgamento depende da iniciativa do relator do caso de Lula no STF, ministro Edson Fachin. Cármen Lúcia confirmou para amanhã uma reunião "não formal" entre os ministros do STF para tratar do tema.

No começo de março, o habeas corpus a favor de Lula foi rejeitado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A negativa do STJ levou o dólar a cair mais de 1%, diante da percepção que cresce a chance de o ex-presidente ser impedido de concorrer às eleições presidenciais de outubro.

Juros

A semana começa em ritmo mais lento para o mercado de juros futuros. Na antevéspera da decisão do Copom, os agentes financeiros consolidam a aposta - já majoritária no mercado - de que a Selic será reduzida em 0,25 ponto percentual, a 6,50%.

O contrato de DI para julho de 2018, que reflete apostas para as decisões do Copom no primeiro trimestre, reúne quase 20% de todos os contratos negociados no dia.

A taxa registra queda de 2 pontos-base, num movimento ainda tímido, para 6,400%.

Os analistas acreditam que a taxa só deve subir no ano que vem, para perto de 8% no fim de dezembro. Por outro lado, os juros futuros precificam nível superior a 9% para o mesmo período. Hoje, o DI janeiro de 2020 - que reflete apostas para o ano que vem - opera estável a 7,360%.

O DI janeiro/2019 cai a 6,460%, ante 6,475% no ajuste anterior.

O DI janeiro/2021 sobe a 8,230% (8,210% no ajuste anterior);

O DI janeiro/2023 avança a 9,110% (9,080% no ajuste anterior);

E o DI janeiro/2025 é negociado a 9,510% (9,490% no ajuste anterior).