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Petrobras impulsiona Ibovespa antes do Fed; dólar cai para R$ 3,28

21/03/2018 13h11

(Atualizada às 13h38) O bom desempenho das ações da Petrobras faz com que o Ibovespa se mantenha no campo positivo nesta quarta-feira, apesar da cautela generalizada em relação à decisão de política monetária nos EUA. O comportamento do índice contrasta com as bolsas americanas, que têm oscilado ao redor da estabilidade.

Por volta de 13h10, o Ibovespa operava em alta de 0,47%, aos 84.561 pontos, após atingir a máxima aos 84.721 pontos (+0,66%). O giro financeiro do indicador soma R$ 2,88 bilhões até o momento.

Os papéis da estatal, que iniciaram o dia com altas modestas, reagiram aos dados referentes aos estoques de petróleo nos Estados Unidos. As reservas diminuíram em 2,622 milhões de barris na semana passada ? o mercado trabalhava com a perspectiva de alta de 2,4 milhões de barris no período.

Com a notícia, as cotações do petróleo passaram a avançar mais de 2%, o que impulsionou as ações da empresa: Petrobras PN opera em alta de 2,46% e tem o maior giro financeiro do dia, com R$ 453 milhões, enquanto Petrobras ON tem ganho de R$ 2,97%.

Em âmbito local, fatores políticos também ajudam o Ibovespa a ter um desempenho superior ao das principais bolsas globais. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) marcou para segunda-feira (26), às 13h30, o julgamento do embargo de declaração ajuizado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No exterior, no entanto, a reunião do Federal Reserve e os rumos da política monetária americana continua concentrando as atenções e deixando investidores numa posição defensiva. Às 15h, o Fed divulga a nova faixa de juros do país e, em sequência, o presidente da instituição, Jerome Powell, realiza entrevista coletiva em que poderá sinalizar os próximos passos para a taxa.

Entre as principais altas do Ibovespa, destaque para Embraer ON (+4,426%), Estácio ON (+3,29%) e Suzano ON (+3,61%). Na ponta oposta, Eletrobras PNB (-2,39%) e Eletrobras ON (-2,3%) estão entre as maiores perdas ? mais cedo, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, admitiu estar preocupado com o cronograma de privatização da companhia.

Dólar

O dólar sofre nesta quarta-feira a maior queda ante o real em duas semanas, devolvendo boa parte dos ganhos de ontem. Depois da postura mais defensiva da véspera, investidores ajustam posições horas antes da decisão de juros nos Estados Unidos, à espera principalmente da sinalização dos membros do Fed sobre novas altas de taxa ao longo deste ano.

O mercado tem mostrado bastante instabilidade nas reações de preço no câmbio relacionadas aos sinais do Fed.

A julgar pela precificação de derivativos de câmbio nos EUA, há amplo espaço para correção de posições a favor do dólar. Isso porque contratos futuros indicam cerca de 40% de probabilidade de pelo menos quatro elevações de juros por lá neste ano. Ou seja, 60% das apostas ainda sinalizam apenas três altas.

Por outro lado, alguns analistas colocam em xeque o impulso ao dólar mesmo num cenário de Fed mais "hawkish". Christopher Vecchio, estrategista sênior de câmbio do DailyFX, do grupo britânico IG, diz que, embora previsões de mais altas de juros sejam, em teoria, positivas para o dólar, recentemente tem havido desconexão entre os mercados de Treasuries e câmbio.

"Os diferenciais de juros, historicamente a principal influência sobre o câmbio, têm se provado pouco importantes", afirma Vecchio em nota.

O expansionismo fiscal nos EUA, os sinais protecionistas de Donald Trump combinados com melhora de alguns indicadores macro em mercados emergentes e também na Europa têm atuado como elementos a pressionar o dólar.

Às 13h35, a moeda americana recuava 0,76%, a R$ 3,2828. O dólar para abril cedia 0,66%, a R$ 3,2920.

No exterior, o Dollar Index recuava 0,26%, enquanto a divisa americana perdia 0,9% ante o peso mexicano e o dólar canadense.

Juros

Faltando poucas horas para a decisão do Copom, o mercado de juros futuros não precifica grandes surpresas. O corte de 0,25 ponto percentual da Selic, a 6,50%, é considerado como quase certo, com mais de 90% de chances embutidas nos DIs. Por outro lado, a dúvida sobre os próximos passos do colegiado perpassa os preços dos ativos.

As taxas dos DIs de curto prazo operam em baixa, mas num movimento bastante limitado. O DI julho de 2018 - que reflete apostas para as decisões de juros no primeiro semestre - operava estável, a 6,395%.

O DI janeiro/2019 apontava 6,460% (6,465% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2020 caía a 7,380% (7,410% no ajuste anterior).

Ontem, os ativos financeiros já anteciparam uma posição mais dura do Fed, com alta do dólar e dos juros. Até por isso, o ritmo de aguarda pelo anúncio em si permite, por ora, um ajuste de baixa nas taxas.

O DI janeiro/2021 cai a 8,270% (8,300% no ajuste anterior); oDI janeiro/2023 recua a 9,120% (9,160% no ajuste anterior); eo DI janeiro/2025 cede a 9,520% (9,560% no ajuste anterior).