Dólar crava sua maior alta em sete semanas
O mercado global de câmbio passou nesta quinta-feira (22) por um teste de estresse há tempos não visto. E isso impactou diretamente as operações domésticas, com o dólar cravando a maior alta em sete semanas.No fechamento, a moeda americana subiu 1,19%, a R$ 3,3072. É a mais intensa valorização desde o último dia 2 de fevereiro (+1,46%).
A percepção de risco já abriu o dia mais alta com o recrudescimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O presidente americano, Donald Trump, assinou documento no qual pede tarifas de até US$ 60 bilhões sobre produtos chineses.
A grande preocupação é que Pequim responda à medida com ações que afetem negativamente as exportações de países emergentes ao gigante asiático.
"Proxy" do risco de guerra comercial, o won - moeda da Coreia do Sul, maior exportador mundial para a China - caiu, nesta quinta, mais de 1,4% ante o dólar, maior desvalorização entre 33 pares da moeda americana.O Brasil ocupa a nona posição entre os maiores exportadores para a China, sendo o quarto entre mercados emergentes.
Efeito Lula
No plano doméstico, a incerteza sobre a possibilidade da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a queda dos diferenciais de juros a favor do Brasil contribuíram para pressionar mais o real.
Hoje, o STF julga o mérito de um habeas corpus a favor do petista. Mas, pela demora nas discussões, há risco de a Corte não concluir o julgamento nesta quinta, empurrando a decisão para 4 de abril-há, no entanto, o julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na segunda-feira (26), de recurso dos advogados de Lula contra a condenação aplicada pela própria corte. Se for mantida a condenação, o tribunal poderá decretar sua prisão.
Embora já condenado em segunda instância pela Justiça Federal, uma vitória de Lula no STF ou no TRF-4 poderia reduzir o entusiasmo do mercado com a possibilidade de o petista ser impedido de concorrer às eleições de outubro.
Por fim, a sinalização do Banco Central de que a Selic pode cair ainda mais diminui o "escudo protetor" dos juros ao câmbio. A queda dos juros para mínimas históricas combinada com a elevação de taxas nos EUA derruba o prêmio de risco oferecido ao estrangeiro para aplicar em títulos com rentabilidade em reais. Hoje, esse retorno é menos de 4% ao ano. Em 2015, estava em quase 15%.
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