Exterior pesa e Ibovespa fecha em leve queda
Contaminado pela forte retração nos mercados americanos, o Ibovespa perdeu força na reta final do pregão e terminou a quinta-feira (22) no campo negativo. A onda de pessimismo vinda do exterior, no entanto, foi quase totalmente amortecida pela perspectiva de continuidade do ciclo de cortes da Selic.
O Ibovespa terminou o dia em queda de 0,25%, aos 84.768 pontos, após oscilar entre a mínima de 84.197 pontos (-0,92%) e a máxima de 85.499 pontos (+0,61%). A queda é bastante modesta, se comparada ao desempenho das bolsas americanas: o índice Dow Jones recuou 2,93%, o S&P 500 caiu 2,52% e o Nasdaq perdeu 2,43%. O giro financeiro do índice totalizou R$ 8,22 bilhões nesta quinta-feira.
O que contribuiu para manter um relativo sangue-frio na bolsa brasileira foi a decisão do Copom, na quarta (21), de reduzir a taxa Selic, de 6,75% para 6,5% ao ano, nova mínima histórica, e deixou a porta aberta para uma nova redução, de 0,25 ponto percentual, na reunião de maio. A possibilidade de novo corte nos juros surpreendeu positivamente o mercado, o que pode ser verificado nas ações de varejistas e administradoras de shoppings centers ao longo do dia.
Destaques
Essa mensagem de política monetária é uma boa notícia para a bolsa como um todo, uma vez que a taxa de juros é um dos elementos considerados no "valuation" das ações. Mas impulsionou especialmente papéis de empresas ligadas à economia local. BR Malls ON (+4,35%) liderou os ganhos do Ibovespa no dia, seguida por Lojas Americanas PN (+3,67%) e Iguatemi ON (+3,18%). Lojas Renner ON (+2,85%), Multiplan ON (+2,64%) e Magazine Luiza ON (+2,57%) também estiveram entre os destaques de alta. O Índice de Consumo (ICON) da B3, carteira composta por ações de 53 companhias, terminou o dia em alta de 0,67%.
Apesar do ânimo com a política monetária brasileira, o clima de cautela no exterior acabou pesando sobre as negociações. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou hoje que tarifas sobre importações da China podem chegar a US$ 60 bilhões, elevando os receios de uma guerra comercial e derrubando os índices acionários americanos.
A apreensão internacional pode ser sentida nas blue chips do Ibovespa, portas de entrada para investimentos internacionais. Petrobras PN (-1,5%) e Vale ON (-1,34%) tiveram os maiores giros financeiros do dia, com R$ 1,08 bilhão e R$ 635 milhões, respectivamente. Itaú Unibanco PN (-0,32%) e Banco do Brasil ON (-1,8%) também registraram perdas.
O setor de siderurgia, que chegou a operar em campo positivo com a notícia de que as importações de aço e alumínio do Brasil não serão sobretaxadas pelos EUA, também não sustentou a alta. Gerdau PN (-3,88%), CSN ON (-2,03%) e Usiminas PNA (-1,16%) fecharam entre as maiores quedas do dia.
Os investidores também acompanharam a sessão do STF que julga o mérito do habeas corpus pelo qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta evitar a prisão após a condenação em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ? o mercado fechou antes de um desfecho.
Com o desempenho desta quinta, o Ibovespa acumula queda de 0,14% na semana e de 0,69% em março. No ano, o índice avança 10,95%.
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