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Por palanque em Minas, Maia quer Pacheco na disputa pelo governo local

23/03/2018 12h00

Rodrigo Maia (DEM) articula para evitar que o mais novo filiado a seu partido, o deputado federal Rodrigo Pacheco, desista de disputar o governo de Minas Gerais.

Pré-candidato ao Planalto, Maia quer garantir um palanque para sua campanha no Estado. As investidas do PSDB para que Pacheco desista do pleito prematuramente preocupam Maia.

O senador tucano Antônio Anastasia sinalizou que pretende disputar o governo mineiro e, segundo fontes, acenou com a possibilidade de apoiar uma candidatura de Pacheco ao Senado.

Segundo apurou o Valor, Maia pediu que Pacheco espere para bater o martelo - caso realmente decida se aliar a Anastasia - em junho. Nesse mês, o próprio Maia vai avaliar suas chances na disputa presidencial e pode abandonar o plano para tentar a reeleição como deputado. Maia hoje preside a Câmara.

Em conversas reservadas, Maia avaliou que, sem pré-candidatos do DEM nos dois principais colégios eleitorais do país - Minas e São Paulo -, as chances de sua pré-candidatura decolar seriam mínimas. Ele tem hoje 1% das intenções de voto.

Em São Paulo, o mais cotado na sigla é o líder do DEM na Câmara, deputado Rodrigo Garcia. Porém, Garcia viu suas chances ficarem menores após o prefeito de São Paulo, João Doria, se lançar como pré-candidato pelo PSDB.

Fator Aécio

Pesa na inclinação de Anastasia a se lançar candidato ao governo de Minas a provável desistência do senador Aécio Neves de disputar as eleições neste ano. Anastasia não quer ter sua imagem associada a Aécio, alvejado por denúncias de corrupção.

Oficialmente, os tucanos negam que Aécio tenha "jogado a toalha". De acordo com o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), o senador avalia a possibilidade de se lançar a algum cargo. Se desistir, porém, abre espaço para Pacheco compor a chapa de Anastasia.

A sinalização de Anastasia representa também uma manobra do PSDB para evitar um esvaziamento de sua base eleitoral em Minas Gerais e uma "debandada" de seus parlamentares durante a janela partidária, o que, até agora, está funcionando.

Além disso, com Anastasia pré-candidato, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, garante um palanque no Estado, o que não aconteceria caso os tucanos se aliassem a Pacheco, que defenderá o nome de Maia como sucessor do presidente Michel Temer (MDB).

Segundo Pestana, outro fator que pesou para a decisão de Anastasia foi o fato de nenhuma das três pré-candidaturas da oposição ao governo mineiro - Pacheco, Márcio Lacerda (PSB) e Dinis Pinheiro (SD) - ter sido capaz de harmonizar e criar a convergência com potencial necessário para derrotar o governador Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição, nas urnas.