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Ibovespa reduz alta e dólar cai seguindo exterior

26/03/2018 13h33

A bolsa inicia o período da tarde em alta, mas deixa para trás as máximas alcançadas no começo do pregão. À medida que as bolsas americanas desaceleram os ganhos, o Ibovespa também diminui a valorização. Mas, para profissionais, o ambiente geral segue favorável, o que mantém boa parte das ações em alta expressiva.

Às 13h29, o Ibovespa subia 0,26% para 84.595 pontos. Mais cedo, o índice tocou a máxima de 85.553 pontos.

A maior alta era Magazine Luiza ON (4,23%). Segundo profissionais, o papel reage à perspectiva positiva para o consumo, com a queda dos juros e inflação em baixa. "Mas acho que esse papel começa a ficar caro", diz um gestor. A ação da varejista acumula alta de 23,35% no ano e de 4,91% em um mês.

Outro destaque da bolsa também é do setor de varejo. Via Varejo tem alta de 2,74%, movimento que eleva o ganho acumulado no ano para 16,35%.

Ainda na lista dos maiores ganhos, Eletrobras ON aparece com valorização de 3,31%. A alta ajuda a empresa a reduzir a queda no último mês, que ainda é de 10,51%. O papel vem sendo castigado pela percepção de que as chances da privatização da companhia avance este ano estão ficando bastante reduzidas, dada a resistência política a esse projeto. Hoje, a notícia de que a empresa lança novo plano de demissão voluntária ajuda o papel a se recuperar, ainda que não tenha surgido nenhum fato novo que amplie a confiança na desestatização.

Na ponta negativa, JBS é a maior queda do Ibovespa (-1,48%).

Dólar

O dólar começa a semana em baixa ante o real, em linha com o movimento nos mercados de câmbio no exterior, com sinais de alívio nas tensões comerciais entre China e EUA que marcaram os últimos dias.

Manifestações tanto de Washington quanto de Pequim sugerem que o mais provável é haver negociações entre os dois mercados no lugar de uma concreta guerra comercial. Os EUA pediram para o governo chinês cortar tarifas sobre automóveis americanos, enquanto o prêmie chinês, Li Keqiang, disse que o governo não obrigará companhias internacionais a transferir tecnologia.

Nas últimas semanas, a elevação de tom de ambos os países levantou preocupações sobre impactos no comércio global, cujo crescimento é um dos pilares da expansão sincronizada da economia mundial que tem beneficiado emergentes.

Internamente, o noticiário político dá sinais de mais corpo. Fontes próximas relataram aoValorque o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já decidiu que sairá do PSD para assinar filiação do MDB. Conforme o jornalista Ribamar Oliveira, Meirelles poderá ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo presidente Michel Temer, que já deixou clara intenção de concorrer às eleições de outubro.

A candidatura de Meirelles e mesmo a de Temer ainda são vistas com alguma desconfiança pelo mercado, devido aos baixos índices de aprovação do governo. Mas uma candidatura conjunta é vista como uma forma de diminuir riscos de dispersão de votos em candidatos defensores da agenda de reformas.

Com a possível candidatura oficial de Meirelles, fica a dúvida sobre quem o substituiria na Fazenda. O nome de Eduardo Guardia - atual secretário-executivo do ministério - é um dos mais citados. "É sempre um ponto importante quem será o ministro, mas nesta altura a sensação é que se precisa de alguém mais para 'tocar o barco'", diz o profissional da mesa de derivativos de uma corretora.

Às 13h28, o dólar comercial caía 0,43%, a R$ 3,3029. O dólar para abril cedia 0,33%, a R$ 3,3020.

Juros

O alívio das preocupações com uma guerra comercial no exterior abre caminho para queda dos juros futuros nesta segunda-feira. A melhora da conjuntura externa é crucial não só para os preços dos ativos financeiros, mas também para a trajetória da taxa básica de juros, a Selic.

Aqueda dos juros futuros se estende para boa parte dos vencimentos, com efeito mais acentuado nos vértices intermediários. As taxas projetadas pelos DI janeiro de 2020 e janeiro de 2021 caem 7 pontos para 7,070% e 8,000%, respectivamente.

O mercado acompanha ainda relatos de que o ministro de Finanças, Henrique Meirelles, poderia ser vice numa chapa de reeleição de Michel Temer. A candidatura de Meirelles ou a tentativa de sair para algum cargo no próximo governo já é esperada. Mas ainda há dúvidas sobre qual estratégia seria adotada.

Para um profissional de mercado, a chapa governista buscaria ganhar votos com base na melhora da economia. "Mas a população está com a corrupção entalada na garganta, não só a evolução da economia que vai garantir votos", disse. Em outras palavras, ainda há dúvidas se a chapa Meirelles e Temer - ambos com popularidade baixa - teria, de fato, chance de brigar pela Presidência.