Juros futuros recuam, com exterior e expectativa de ata do Copom
Os juros futuros registram queda firme no início de uma semana marcada por eventos importantes para a política monetária. Investidores aguardam a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o relatório trimestral de inflação para calibrar as apostas para o ponto final do ciclo de cortes da Selic.
No entanto, se já não bastasse a agenda local para direcionar os ativos, foi a movimentação no exterior que deu o pontapé para a queda dos juros futuros nesta segunda-feira. O alívio das preocupações com uma guerra comercial no exterior gerou mais argumentos para quem vê as taxas dos DIs em níveis excessivamente elevados.
O ajuste do "prêmio de risco" ficou mais evidente nos vencimentos intermediários dos juros futuros. No fim da sessão regular, por volta das 16h, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2021 recuou 12 pontos-base, para 7,950%. O DI janeiro de 2020 caiu 10 pontos, para 7,040%. ODI janeiro/2023 apontava 8,960% (9,050% no ajuste anterior).Entre os vencimentos mais curtos, o DI janeiro/2019 caiu a 6,210% (6,240% no ajuste anterior).
A melhora da conjuntura externa é crucial não só para os preços dos ativos financeiros, mas também para a trajetória da taxa básica de juros. Assim como a disputa presidencial no Brasil, este é um tema que ganha peso no debate sobre uma normalização das condições monetárias, o que ainda divide opiniões no mercado.
Nas projeções coletadas pelo Boletim Focus, os especialistas estimam a Selic em 8% no fim do ano que vem. E no mercado, os investidores são ainda mais reticentes. A taxa básica precificada pelos contratos de DI gira em torno de 9% em 2019.
Há quem defenda uma normalização menos acentuada. No Rabobank Brasil, a expectativa é de que a Selic caia para 6,25% em maio e só volte a subir em 2020. Já o BNP Paribas projeta elevação gradual da taxa, a partir do segundo trimestre do ano que vem, para 7,5% no fim de 2019.
Amanhã, na ata da reunião de março, o Copom deve reiterar a expectativa de que a Selic deve cair mais uma vez em maio, do nível atual de 6,50% para 6,25%. No entanto, ainda há dúvidas se será abordado o intervalo de manutenção da taxa nesse patamar. "Dada a sinalização de interrupção do processo de flexibilização após maio, o Copom deve dar algum horizonte para a sustentação deste patamar de juros", diz Alessandra Ribeiro, da Tendências.
A trajetória da inflação no Brasil num contexto de amplo hiato do produto (diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo) alimenta as apostas de curto prazo para a Selic. Há inclusive quem espere, de maneira ainda tímida, a queda da taxa para 6% neste ano, frente os atuais 6,50%.
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