Mercado de smartphones volta a crescer no Brasil após 2 anos de queda
Depois de dois anos de queda, o mercado brasileiro de smartphones reagiu e fechou 2017 com o segundo melhor desempenho da história: 47,7 milhões de aparelhos vendidos, um crescimento de 9,7% em relação a 2016 e 6,8 milhões a menos que em 2014, o melhor ano até agora para o mercado.
"Mesmo sendo mais fácil crescer quando se vem de um período de declínio, como foram os anos de 2016 e 2015, não se pode desprezar o desempenho no ano passado, principalmente no primeiro semestre, que cresceu acima do projetado", diz Leonardo Munin, analista da empresa de pesquisa IDC, em comunicado.De acordo com ele, a liberação de recursos do FGTS fez com que os consumidores se sentissem dispostos a gastar dinheiro e trocar de aparelho.
Com a demanda em alta, as marcas travaram uma luta mais acirrada por participação de mercado. "Nunca tivemos cortes tão agressivos de preços", disse Munin. Ele cita como exemplo um aparelho lançado por R$ 1,1 mil que, em um mês, teve o preço reduzido para R$ 999, no segundo mês foi para R$ 899 e, na Black Friday, podia ser comprado por R$ 700. "A maior agressividade levou a uma concentração do mercado. Enquanto em 2016 os quatro maiores fabricantes detinham 76% do mercado, um ano depois, o percentual saltou para 85%, pois com preços mais baixos conquistaram também o consumidor de outras marcas."
"Esta consolidação é global, mas no Brasil acontece em ritmo mais acelerado, já que aqui a questão da marca é muito forte e, se a diferença de preço é pequena, o brasileiro opta pela grife", afirma o analista.
Segundo Munin, a menor diferença de preço entre um smartphone e umfeature phone (modelos intermediários)explica também a queda nas vendas de celulares mais simples, que registrou queda de 37% em relação a 2016, passando a responder por 6% do mercado. "O preço de alguns modelos de smartphone está colado ao do feature phone, e isso estimula o consumidor a investir em um aparelho melhor, ainda que básico". Além disso, algumas marcas que ofereciam celulares deixaram de atuar no Brasil ou abriram mão de lançar dispositivos mais simples, estimulando o consumo do smartphone.
Em termos de valores, em 2017 o mercado de celulares sem sistema operacional foi ainda menos atraente, com apenas 0,6% de rentabilidade. Apesar disso, a IDC não prevê o fim desses modelos em um futuro próximo. "Ainda temos muitas áreas sem cobertura 3G ou 4G, por exemplo, e isso pode dar uma sobrevida a esse tipo de aparelho", acredita Munin.
Vida longa também devem ter os smartphones com preço considerado intermediário, entre R$ 700 e R$ 1.099. Em 2017, eles reinaram absolutos, com 49% das vendas. Abaixo deles, com 22%, ficaram os aparelhos de entrada (até R$ 600), e os modelos high-end, ou topo de linha (de R$ 1.100 a R$ 1.999), com 20%.
Os smartphones premium, de R$ 2.000 a R$ 2.999, fecharam 2017 com 3% do mercado e foram a categoria com a maior taxa de crescimento, de 80%, em relação a 2016. Os modelos super-premium, que custam acima de R$ 3.000, ficaram com 5%, índice de vendas inédito na categoria e que, segundo o analista da IDC, mostra que o consumidor está investindo em aparelhos mais sofisticados.
O ano fechou sem surpresas também em termos de sistema operacional: 95,1% dos aparelhos vendidos tinham sistema Android e 4,9%, IOS.
Para 2018, a expectativa da IDC não é de grandes emoções para o mercado brasileiro e o país se manterá como o quarto maior mercado do mundo, atrás de China, EUA e Índia. "Não há nada disruptivo no horizonte. Talvez a chegada de alguma grande marca global ou a volta de algum outro player agite 2018, mas a tendência não é de fortes movimentos. Não há perspectiva de alçar ao terceiro, mas também estamos longe de cair para o quinto lugar", diz Munim.
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