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Ibovespa sobe mais de 1% e dólar é negociado na casa de R$ 3,30

29/03/2018 14h13

Uma combinação entre a melhora do humor dos investidores globais, a recuperação no preço das commodities e o noticiário corporativo positivo cria o ambiente ideal para a recuperação do Ibovespa nesta quinta-feira. Com esse pano de fundo, o índice já ensaia a retomada do patamar de 85 mil pontos, puxado pelo bom desempenho das blue chips.

Por volta de 14 horas, o Ibovespa operava em alta de 1,73%, aos 85.324 pontos, na máxima por ora.

As blue chips, papéis com maior liquidez e tradicionais portas de entrada de investimentos estrangeiros, apresentam desempenho amplamente positivo na sessão. Vale ON subia 2,43% e Petrobras PN ganhava 1,04%.Vale e Petrobras ainda têm impulso extra do cenário de commodities: o minério de ferro teve valorização de 3% na China, enquanto os contratos do petróleo operam no campo positivo.

Braskem PNA tinha valorização de 5,27%, que liderava os ganhos do Ibovespa. Os papéis reagem ao lucro de R$ 386 milhões apurado pela petroquímica no quarto trimestre de 2017, revertendo o prejuízo de R$ 2,5 bilhões apurado no mesmo período do ano anterior.

Entre as maiores altas do índice, destaque ainda para CSN ON (+5,77%), BRF ON (+3,02%) e Gerdau PN (+3,48%).

Juros

Tanto o relatório de inflação quanto as declarações do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfjan, confirmaram a expectativa de que o cenário mais provável é de que haja apenas mais um corte da Selic, de 0,25 ponto, em maio, o que levaria a taxa para 6,25%. Mas Ilan deixa no radar do mercado uma nova discussão: após uma pausa no ciclo, um novo corte de juros poderá voltar a ser considerado.

Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, o BC revelou que alguns membros do comitê chegaram a defender que o documento fosse mais explícito em indicar que "seria melhor aguardar algumas reuniões do Copom até que se acumule informação suficiente para avaliar o comportamento da economia."

Na entrevista de hoje, Ilan confirma essa visão de que é preciso de um tempo para avaliar os efeitos defasados da política monetária. E que isso deve justificar uma "pausa". "A pausa parece ser necessária para avaliar", afirma.

Para profissionais de mercado, essa afirmação sugere que não se pode descartar, portanto, que novos cortes de juros venham a ocorrer mais à frente. Ou, no mínimo, dá força à visão de que o juro permanecerá baixo ainda por muito tempo.

O documento confirma as projeções já apresentadas pela ata para o IPCA em 2018 e 2019 - de 3,8% e 4,1%, respectivamente ?, mas acrescenta a estimativa para 2020, de 4%, num cenário com juros e câmbio projetados pela Focus. Isso sugere que, com a Selic a 8%, a inflação caminha para a meta, que é de 4%.

Às 13h24, DI janeiro/2019 cedia para 6,22% ante 6,235% no ajuste anterior; DI janeiro/2021 tinha taxa de 7,95%, de 7,97%; e DI janeiro/2023 recuava a 8,95%, de 9,01%.

Câmbio

A última sessão de março traz algum alívio ao mercado de câmbio. O dólar comercial cedia 0,73%, para R$ 3,3066, mas nada que ameace a alta de mais de 2,4% da moeda no acumulado do mês. Além disso, fica clara a mudança de patamar, que começou o mês mais próximo de R$ 3,25.

Para analistas, já a partir de abril, a volatilidade deve ser ainda mais presente, conforme ganha força o noticiário político local. Nesse contexto, não seria surpresa a cotação revisitar patamares perto de R$ 3,40, última vez testados em maio passado, após as delações da JBS.

O aumento das saídas de recursos do Brasil neste mês combinado com um fraco desempenho dos mercados internacionais pesou sobre o câmbio. Outras divisas emergentes também retrocederam.

Considerando que a divisa brasileira desde 2017 tem ficado atrás de seus pares emergentes, a piora adicional de março sugere que outros elementos além dos externos têm feito importante preço.

Especialmente desde a semana passada, investidores têm comentado sobre a queda dos juros no Brasil, que reduzem a atratividade das aplicações lastreadas em reais.

Em março, o dólar tem alta de 2,4%, operando acima de R$ 3,30 depois de ter iniciado o mês na casa de R$ 3,25. A linha de alta da moeda americana, porém, vem desde o fim de janeiro, quando a taxa chegou a oscilar em torno de R$ 3,12, logo após o TRF-4 condenar Lula em segunda instância.