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Vale e siderúrgicas impulsionam Ibovespa; dólar opera em queda

18/04/2018 13h37

O Ibovespa tem um dia de firme recuperação, sustentado principalmente pela alta das commodities no exterior. Não à toa, os destaques positivos nesta manhã são Vale e siderúrgicas, num movimento alinhado a outras empresas do setor no mundo.

Às 13h34, o Ibovespa avançava 1,79% para 85.591 pontos. Na máxima, tocou 85.669 pontos, maior nível intraday desde o dia 5 de abril, quando o Ibovespa tocou o patamar de 86.147 pontos.

A valorização tem grande influência do comportamento do minério de ferro, que avançou 2,03% no mercado chinês. Tanto é que Vale e siderúrgicas figuraram como as maiores altas durante toda a sessão.

Há pouco, Usiminas ON ganhava 7,13%, seguida por CSN PN (5,52%), Gerdau Metalúrgica (4,21%), Vale ON (4,35%) e Bradespar (4,17%).

Na bolsa de Londres, as ações das mineradoras também tiveram ganhos expressivos: BHP subiu 5,50%, Rio Tinto ganhou 5,35% e Anglo American avançou 5,35%.

Mas operadores atribuem o movimento positivo hoje também a uma recuperação típica dos momentos em que os preços caem muito. A explicação é que boa parte do ajuste nas carteiras, com redução da exposição a risco, dado o quadro eleitoral ainda incerto, já foi feito, o que tira uma pressão de venda do mercado.

Alguns operadores também buscam nas recentes movimentações de candidatos argumento para um olhar mais otimista. A confirmação da senadora Marina Silva, do Rede, de que contará com a assessoria dos economistas Eduardo Gianetti da Fonseca e André Lara Rezende em sua campanha é apontada como uma boa notícia - embora não seja exatamente algo novo.

Agora, há grande expectativa sobre quem deve ser o assessor econômico de Joaquim Barbosa, do PSB, que aparece à frente de Geraldo Alckmin na pesquisa Datafolha do fim de semana. Sem qualquer novidade sobre esse tema, o mercado lembra que, em entrevista ao Valor, em setembro de 2017, Barbosa fez menção ao economista Paulo Hartung - considerado um fiscalista e, portanto, bem visto pelos investidores.

Dólar

O dólar cai à mínima em uma semana frente ao real nesta quarta-feira, escorregando a R$ 3,3783 no ponto mais baixo, em meio a novo dia de demanda por ativos de risco, marcado pela alta das commodities a máximas desde 2015.

Investidores aguardam para a tarde a divulgação do Livro Bege, espécie de sumário das condições econômicas dos EUA. Mas desde já ampliam posições em ativos de emergentes - especialmente aqueles que mais sofreram nas últimas semanas, entre eles o Brasil.

"O desconto do real ante os pares ainda é expressivo, mas chegou a ser maior nos últimos dias. Então vejo basicamente um ajuste técnico depois de dias de clara 'underperformance'", diz Renato Botto, estrategista da Absolute Investimentos.

A força das commodities colabora para a correção do câmbio. Impulsionado pelo salto de 2% nos preços do barril do petróleo, o índice CRB de matérias-primas avança 1,12% nesta quarta-feira, alcançando os maiores níveis desde outubro de 2015.

Com exceção da lira turca - que vinha em queda livre nas últimas semanas -, todas as primeiras posições de alta das moedas hoje são ocupadas por divisas de commodities: real brasileiro, peso colombiano, rublo russo, rand sul-africano e peso chileno.

Às 13h33, o dólar comercial caía 0,69%, a R$ 3,3842. No mercado futuro, o dólar para maio cedia 0,81%, a R$ 3,3860.

Juros

Os juros futuros retomam a trajetória de queda nesta quarta-feira, amparados pelo ambiente externo mais favorável a ativos de riscos. De acordo com profissionais de mercado, a alta das commodities e a valorização das moedas emergentes abrem caminho para ajustes no prêmio de risco ao longo da curva de DI.

O DI janeiro/2019 caía a 6,220 (6,230% no ajuste anterior);O DI janeiro/2020 marcava 6,900% (6,920% no ajuste anterior);O DI janeiro/2021 cedia a 7,880% (7,920% no ajuste anterior);O DI janeiro/2023 apontava 9,0405 (9,110% no ajuste anterior);E o DI janeiro/2025 marcava 9,590% (9,650% no ajuste anterior).