Com giro forte, Ibovespa reduz queda e se acomoda nos 83 mil pontos

O Ibovespa desacelerou as perdas nesta tarde e já oscila acima dos 82 mil pontos, embora a baixa de hoje venha mais uma vez combinada com forte giro. Às 16h28, o índice tinha recuo de 0,66%, aos 83.080 pontos.

O giro financeiro já estava em R$ 12,4 bilhões, o que implica num volume ao redor de R$ 14 bilhões se o ritmo dos negócios permanecer até o fim do pregão. É um claro sinal, notam operadores, de que os investidores seguem atuando hoje na ponta vendedora, depois de fortes saídas ontem.

Para Fernando Barroso, chefe da área de produtos estruturados da CM Capital Markets, houve de fato uma mudança de paradigma no mercado, com o dólar batendo hoje os R$ 3,77.

"O BC [Banco Central] vinha atuando como guardião da inflação e o mercado entendeu isso. Mas o BC não deixou claro o quanto ele vai usar política monetária para conter comportamento cambial. Todo o mercado vem revendo suas projeções e tentando precificar a postura do BC nesse momento quanto ao dólar", diz.

Barroso observa que o Ibovespa não inverteu a tendência positiva, mas que já furou, em análise gráfica, alguns níveis importantes. Por isso, ele pode sofrer um ajuste até os 78 mil pontos, mas não necessariamente subirá a partir daí, com maiores chances de ter um comportamento lateral.

"E quando bate nos picos em 87 mil pontos e 88 mil pontos, tem muito mais para cair do que para subir. Nesse momento ele deve buscar os níveis mais baixos e andar de lado até que algum aspecto, principalmente em relação às eleições, defina um sentido", afirma.

Nos destaques negativos, Sabesp era a maior queda do dia (-4,46%), com o rebaixamento da recomendação para neutro e do preço-alvo hoje pelo Goldman Sachs. Mas outras ações que permanecem em baixa melhoravam a performance, caso dos bancos e da Petrobras: a ON da estatal opera estável, enquanto a PN cede 0,85%.