IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ibovespa volta a cair com piora na percepção de risco global

18/05/2018 17h43

O Ibovespa encerrou o pregão de hoje e a semana novamente no vermelho. A semana, que começou com a Petrobras e a Vale contando com forte entrada de investidores, acabou terminando com a pressão da leitura de risco do investidor, cada vez mais presente no mercado.

O índice fechou a semana em baixa de 2,51%. Hoje, a queda foi de 0,65%, aos 83.082 pontos, depois de ter ido na mínima do dia nos 81.391 pontos (-2,67%). Os investidores deram sequência à onda de vendas que começou ontem, mas, sempre que os preços caem bastante, oportunidades de compra acabam atraindo nova demanda e neutralizando o tombo.

Mesmo assim, o volume forte, de R$ 15,1 bilhões, comprova que, de fato, o ajuste de posição continuou hoje ? e o atual nível do dólar, que já bateu os R$ 3,77, continua preocupando o investidor sobre qual será a atitude do Banco Central (BC) para conter o movimento da moeda. O volume de hoje é o maior desde 28 de fevereiro deste ano e já está acima da média do mês e do ano.

"O BC [Banco Central] vinha atuando como guardião da inflação e o mercado entendeu isso. Mas o BC não deixou claro o quanto ele vai usar política monetária para conter comportamento cambial. Todo o mercado vem revendo suas projeções e tentando precificar a postura do BC nesse momento quanto ao dólar", diz Fernando Barroso, chefe da área de produtos estruturados da CM Capital Markets.

Para Alberto Ramos, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas para América Latina do Goldman Sachs, o cenário externo está passando por transformações, com maior clareza na atuação do Fed (BC americano) pela normalização da política monetária nos Estados Unidos ? um elemento que certamente mudará os paradigmas globais.

Nesse ambiente, os emergentes já não são tão atrativos e faltam elementos domésticos que justifiquem o nível de alocação dos investidores locais, que vinham carregando posições muito longas. Mesmo assim, não há motivo para pânico. "A liquidez não desapareceu, ela diminuiu. Não vivemos uma situação de mercado disfuncional", diz.

Entre as ações mais líquidas do índice, e que captam bem a atual dinâmica do mercado, a Petrobras PN (-1,16%) teve um giro de R$ 2,12 bilhões hoje, enquanto a ON, depois de aliviar a baixa, fechou com recuo de 0,20%. Mesmo com o recuo de hoje, a alta dos dois papéis no mês ainda é de 11,67% e 22,41%, respectivamente.

Entre os bancos, Itaú Unibanco PN caiu 0,70%, mas já acumula perdas de 11,44% no mês, enquanto Bradesco ON, no fim dos negócios, pegou tração e subiu 0,62%; no mês, porém, ainda cai 8,61%. Já Bradesco PN subiu 0,45%, enquanto cai 8,87% em maio.