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Com crise dos combustíveis, Ibovespa zera ganhos do ano

28/05/2018 18h20

Os impactos da crise dos combustíveis em toda a cadeia de produção brasileira levaram o Ibovespa a começar a semana zerando tudo que ganhou no ano. Sem a forte presença do estrangeiro na bolsa hoje devido a feriado nos Estados Unidos, a leitura é que fundos locais operam sob forte aversão ao risco.

O Ibovespa fechou hoje em forte queda de 4,49%, aos 75.356 pontos, após retroceder à mínima de 75.337 pontos?níveis inéditos em 2018. Com isso, anulou a pequena alta anual que tinha até sexta-feira e já recua 1,37% em 2018; no mês, a baixa é de 12,49%. O giro financeiro hoje foi de R$ 8,9 bilhões?considerado forte,já que o mercado americano celebrou o feriado do Memorial Day.

Só duas ações ? Fibria (+1,14%) e Suzano (+1,53%) ? fecharam em alta, devido ao perfil de proteção cambial de ambas, que são exportadoras. Mas nem a Embraer (-4,49%) conseguiu deixar o risco de lado e fechou no vermelho, já que a empresa também é afetada pela ampla leitura do mercado de que as agendas do atual governo estão sendo derrotadas. A Embraer depende do governo para concluir a combinação de negócios com a americana Boeing.

Entre os piores movimentos, todas as "blue chips" ficaram no vermelho, com ênfase à Petrobras: a PN caiu 14,60%, a R$ 16,91, enquanto a ON cedeu 14,07%, a R$ 19,79. A estatal é de longe a que mais captura a preocupação com o impacto da greve dos caminhoneiros sobre a empresa e sobre a economia como um todo.

O governo afirma que o custo pela redução do diesel para fazer frente à greve será de R$ 9,5 bilhões em subsídio direto à Petrobras e aos importadores de combustíveis. Com isso, o efeito generalizado bateu nos bancos, em outras estatais, em empresas produtoras de aço e outras matérias-primas e sobre varejistas, em um ambiente de perspectivas para a economia ainda mais ameaçadas.