Após reestruturar dívida, Oi tem lucro de R$ 30 bi e queda na receita
(Atualizada às 8h03) A Oi, companhia de telecomunicações em recuperação judicial, teve lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 30,543 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ante prejuízo de R$ 69 milhões em igual período do ano passado, conforme as demonstrações contábeis (não auditadas) enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no início desta terça-feira (29).
De acordo com a companhia, o lucro contábil de R$ 30,5 bilhões é reflexo do registro da reestruturação de sua dívida aprovada no Plano de Recuperação Judicial. "Com isso, o patrimônio líquido volta a ser positivo, atingindo o patamar de R$ 28,9 bilhões", informa a Oi.
A receita líquida total soma R$ 5,668 bilhões de janeiro a março deste ano, uma queda de 8,7% sobre os R$ 6,160 bilhões no mesmo período de 2017.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em R$ 1,572 bilhão no 1º trimestre deste ano, 8,8% inferior ao Ebitda de R$ 1,723 bilhão em igual período do ano passado.
O balanço da Oi estava inicialmente previsto para ser divulgado no dia 15 de maio, mas foi adiado após uma deliberação entre a administração e os auditores independentes a respeito do "momento adequado para o reconhecimento contábil da reestruturação da dívida", prevista no plano de recuperação judicial, em especial, a conversão de títulos da dívida detidos por credores em ações da companhia.
Receita
A receita líquida da Oi recuou em todos os segmentos de negócio no primeiro trimestre de 2018, em função do corte de tarifas reguladas de interconexão e ligação de fixo para móvel, queda do tráfego de voz, diminuição de recargas no pré-pago e cenário macroeconômico ainda em recuperação.
No segmento residencial, a receita líquida totalizou R$ 2,2 bilhões de janeiro a março de 2018 , um recuo de 6,5% ante o mesmo período do ano passado. A explicação, segundo a Oi, está na base menor de clientes, redução do tráfego de voz fixo e corte anual das tarifas de interconexão e de ligações de fixo para móvel. Neste negócio, no entanto, houve um incremento da receita com TV paga, de 13,3%.
Já a receita do negócio de mobilidade pessoal recuou 6,7% na comparação anual, para R$ 1,81 bilhão. Neste segmento, o impacto veio da redução de 6,5% no número de clientes, da menor receita de uso de rede com cortes anuais de tarifas de interconexão, e redução da receita de voz no pré-pago e pós-pago.
De janeiro a março de 2018, a receita B2B (business to business) recuou 9,1%, para R$ 1,5 bilhão, e outros serviços caiu 6,1%, para R$ 58 milhões.
A Oi encerrou o primeiro trimestre de 2018 com cobertura 2G em 3.407 municípios, o que corresponde a 93% da população urbana do país.
Já a cobertura 3G abrangia 1.625 munícipios ou 81,5% da população urbana, e 4G atingia 826 cidades, ou 73% dos moradores em área urbana.
Investimentos
Nos próximos anos, a Oi prevê investimentos anuais de R$ 7 bilhões.
A retomada do ciclo de investimentos, segundo a empresa, será possível após a aprovação do plano de recuperação judicial, que permitiu a redução da dívida em mais de R$ 36 bilhões, e com o aumento de capital, que ficará entre R$ 7,28 bilhões e R$ 12,29 bilhões.
A Oi também destacou que os aportes financeiros serão direcionados para rede fixa móvel.
No primeiro trimestre de 2018, a Oi investiu R$ 1,13 bilhão, uma queda de 11% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 38,7% ante o quarto trimestre de 2017. A redução, segundo a companhia, ocorreu com a antecipação dos investimentos para os últimos meses do ano passado, devido oportunidades pontuais de mercado em regiões estratégicas, com foco na rede de acesso fixa e móvel.
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