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Petrobras dispara em meio a trégua após forte queda e puxa Ibovespa

29/05/2018 18h13

O forte tombo da Petrobras ontem e do próprio Ibovespa abriu uma chance de recuperação pontual no mercado hoje, com a entrada de investidores que, de olho nos baixos preços, aproveitaram para voltar às compras. A sustentabilidade desse movimento, porém, em especial no caso da Petrobras, ainda é um ponto de dúvida entre gestores e operadores.

O Ibovespa encerrou em alta de 0,95%, aos 76.072 pontos. O índice conseguiu sair da faixa dos 75 mil pontos em que oscilava na mínima do dia (75.361 pontos), mas a recuperação também não foi suficiente para garantir a retomada do patamar dos 77 mil pontos, que chegou a tocar na máxima (77.214 pontos). A alta também não foi suficiente para anular as perdas no ano, quando o índice ainda acumula queda de 0,43%.

O giro financeiro hoje foi forte, de R$ 13,3 bilhões. O volume negociado foi superior inclusive à média do mês, que já chama a atenção por ter crescido substancialmente: a média diária de maio foi de R$ 11 bilhões, contra R$ 8,9 bilhões no ano.

A Petrobras PN (+14,13%) e a Petrobras ON (+12,38%) foram as responsáveis por alçar o Ibovespa no dia. Só os dois ativos movimentaram cerca de 30% de todo o giro do Ibovespa no dia. Operadores observam que o investidor se acalmou quanto às especulações de que Pedro Parente poderia deixar a presidência da Petrobras, em especial depois que o executivo foi bem enfático em defender a independência da companhia na definição dos reajustes de preços dos combustíveis.

Os riscos sobre a empresa, no entanto, não saíram da agenda do investidor, que ainda tem dúvidas sobre a forma como a Petrobras será ressarcida e vai lidar com os impactos de ter que ajustar os preços dos combustíveis mensalmente. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, já afirmou que essa será a nova periodicidade dos reajustes.

Entre outras empresas que se recuperaram hoje estão todas aquelas que mais sofreram com os impactos gerados pela greve dos caminhoneiros, que afeta a produção em fábricas, os transportes e o abastecimento de produtos e insumos. Setores como transportes, varejo e consumo e siderurgia estão na lista dos melhores desempenhos.

Na outra ponta, a Suzano (-4,11%) foi a maior queda do índice, também em um ajuste de posição dos investidores que entraram na companhia de olho na proteção cambial nos portfólios. Como é uma exportadora, a empresa veio se beneficiando da alta do dólar nos últimos dias e foi uma das poucas a ter acumulado sucessivas altas em meio a um mercado de forte retração.